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MAIS TEMPO NA ESCOLA
Não é animador o quadro da
educação que emerge da última Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad), do IBGE, de
2004. Segundo o levantamento, considerando-se apenas o ensino médio, 71,9% dos alunos matriculados
no sistema privado passam mais de
quatro horas diárias na escola; entre
os alunos da rede pública, essa proporção cai para 49%. Desproporção
semelhante é constatada quando se
trata do ensino fundamental.
É verdade que houve avanços nos
últimos anos. Tanto o governo quanto a Prefeitura de São Paulo, por
exemplo, vêm aumentando investimentos para implantar em suas escolas o regime de aulas em período
integral. E o governo federal condicionou a participação de famílias carentes em programas assistenciais
como o Bolsa-Família à freqüência
escolar dos filhos.
Esses são, porém, esforços circunscritos e insuficientes. Grande
parte das escolas públicas do país
opta pela redução da jornada de aulas para atender à demanda.
Esse expediente compromete o
processo pedagógico e coloca essas
instituições no limite da ilegalidade.
Pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB),
que regulamenta a educação, "a carga horária mínima anual será de 800
horas, distribuídas por um mínimo
de 200 dias de efetivo trabalho escolar", o que implica um período de
cerca de quatro horas diárias.
As diferenças entre o ensino público e o privado reproduzem e tendem
a perpetuar as assimetrias presentes
na sociedade brasileira. Num quadro
como esse, não causa espanto que
no Brasil, até agora, a escola não tenha se mostrado um instrumento
eficiente para a inclusão social e a superação da desigualdade.
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