|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
editoriais@uol.com.br
Bônus alto e notas baixas
O GOVERNO do Estado de
São Paulo desembolsará
R$ 590,6 milhões em bonificações para 72% dos funcionários da rede de ensino, com base no desempenho das escolas
em 2008. À primeira vista, o percentual de agraciados parece
exorbitante. Premiar quase três
quartos dos servidores sugere
que a educação pública vai bem,
o que não é verdade.
O desempenho das escolas é
quantificado por meio do Idesp,
índice que pondera o rendimento dos alunos em português e
matemática com o número dos
que completam os estudos no
prazo ideal. De 0 a 10, o ensino
médio melhorou 38%, passando
de 1,41 para 1,95. O fundamental
marcou passo, com 3,25 no ciclo
de 1ª a 4ª série e 2,60 de 5ª a 8ª.
São notas demasiadamente
baixas. Medir o desempenho e
dar-lhe publicidade constitui um
primeiro e meritório passo, decerto. A Secretaria de Educação
vinculou a ele um bônus com
duas inovações: premia-se a escola como um todo, de funcionários a professores, e a princípio
só aquelas que conseguem melhorar o próprio desempenho.
À medida que o sistema de bonificação recebeu detalhamento,
apontaram-se algumas distorções. A premiação incluiria até
servidores menos assíduos, mas
isso foi corrigido. Agora fazem
jus ao bônus só os que comparecerem ao menos 244 dias do ano.
Recebeu críticas, ainda, a ausência de bônus para os estabelecimentos de melhor qualidade
que não tivessem melhorado o
desempenho no período. Parece
mesmo injusto punir a equipe
em geral bem-sucedida que, em
determinado ano, sofre algum
revés. Agora, o governo concederá o prêmio também para os 10%
de melhores escolas.
São ajustes cabíveis num processo cujo rumo geral se afigura
correto. O cuidado, agora, é evitar que a bonificação se generalize e redunde na usual incorporação de remendos salariais.
Texto Anterior: Editoriais: Casa popular Próximo Texto: José Sarney: Um menino chamado Sean Índice
|