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PERSPECTIVA EXTERNA
As contas externas da economia brasileira continuam apresentando bons resultados. Segundo
o Banco Central, o superávit em transações correntes, que inclui os bens e
serviços negociados com outros países, atingiu US$ 9 bilhões (1,7% do
PIB) nos 12 meses terminados em julho. Impulsionados pela entrada de
recursos de empresas multinacionais no setor de eletricidade e de gás,
da ordem de US$ 412 milhões, os investimentos estrangeiros diretos recebidos pelo país somaram US$ 1,6
bilhão no mês passado. Desde novembro de 2003 não se registrava a
entrada de um volume de capital externo nesse patamar.
Em contraste com a ligeira recuperação dos investimentos, o fluxo de
empréstimos externos para as empresas instaladas no país permaneceu baixo. Entre janeiro e julho, os
vencimentos somaram US$ 7,9 bilhões, mas somente US$ 5,1 bilhões
foram refinanciados, o que representa 68%. Com isso, a conta financeira,
que registra as transações de capital,
foi negativa em US$ 3,7 bilhões.
A despeito desse problema, o superávit comercial vai gerando os recursos em moeda estrangeira necessários para honrar os compromissos
externos, o que tem desencadeado
valorização da taxa de câmbio. A valorização cambial tem efeitos contraditórios. De um lado, facilita a contenção de incipientes pressões inflacionárias; de outro, pode reduzir a
competitividade dos produtos brasileiros, que tem atraído investimento
estrangeiro direto, inclusive para a
exportação. A valorização cambial
também abre a possibilidade de o
país comprar divisas para elevar suas
reservas, que se encontram em cerca
de US$ 23 bilhões, um patamar relativamente baixo.
Garantir a sustentabilidade desses
bons resultados nas contas externas
é fundamental para transmitir maior
confiança aos empresários e consolidar a recuperação econômica com a
retomada dos investimentos externos e internos em expansão de capacidade produtiva.
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