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SAÍDA PARA O LIXO
A Prefeitura de São Paulo decidiu, enfim, cancelar os resultados da licitação para a coleta de lixo
na cidade. O poder municipal justificou a decisão com base no alto valor
dos contratos propostos pelos vencedores. Assim, determinou-se que
seriam invalidadas todas as propostas que excedessem em mais do que
10% as estimativas de gastos publicadas no edital da concorrência.
A medida, porém, pode ter sido desencadeada por um outro fato: a empresa Qualix contestou um convite
feito pela prefeitura a um de seus
concorrentes para que oferecesse
descontos, reduzindo os valores previamente apresentados. No entender
da empresa, a prática seria ilegal.
Esses fatos novos apenas contribuíram para aumentar as desconfianças sobre a conduta da administração municipal na contratação de
serviços de coleta e varrição de lixo.
Não é demais lembrar que, desde a
publicação nesta Folha, em abril passado, de um documento -registrado em cartório- que antecipava os
nomes dos vencedores da licitação
municipal, pairam dúvidas quanto à
lisura do processo.
A varrição e a coleta são definidas
mediante concorrências distintas.
De acordo com o documento, haveria acertos entre a prefeitura e os consórcios do lixo envolvendo as duas licitações e determinando que os perdedores de uma seriam compensados na outra.
O episódio gerou intensas reações
de alguns setores da sociedade. Agora, ao que parece, os riscos de novos
desgastes durante o período eleitoral
acabaram compelindo a prefeitura a
finalmente a tomar a decisão.
Sem dúvida, o cancelamento era a
única alternativa sensata. Ela deverá
resultar em economia do dinheiro
público e foi um passo indispensável
para corrigir os erros. É de esperar
que a retomada do processo e sua
conclusão transcorram de maneira
transparente e dentro dos necessários parâmetros de lisura.
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