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SERGIO COSTA
Segundo turno no primeiro
RIO DE JANEIRO - A falta que
um Garotinho faz... Lamenta-se a
turma de Alckmin, debruçada em
contas, de olho num almejado tira-teima no segundo turno. Cálculos
que já incluem até torcida para que
chova domingo no Nordeste, a abstenção seja alta e os beneficiados
pelos programas de transferência
de renda se atrapalhem ao digitar
seus votos nas urnas eletrônicas.
Em 2002, Garotinho empurrou
Serra para o segundo turno. Em
1989, a briga entre Brizola e Lula levou o petista à decisão com Collor.
Nessa eleição, as pesquisas têm
mostrado que não vingou uma terceira opção competitiva como os
dois ex-governadores do Rio nas
outras disputas.
Heloísa Helena, que era para ser
o fator Garotinho agora, em algum
momento se perdeu e errou no tom
de voz aos ouvidos sensíveis do eleitorado: ora soa alto e agressivo demais, ora, excessivamente maternal. A radical livre entrega a Alckmin pontinhos garimpados entre
aqueles que já não queriam mais
Lula de jeito algum. Tabelinha inútil para o segundo turno.
Se os alckmistas lamentam a ausência de Garotinho, o que restou
do PT comemora a aparentemente
única manobra bem feita pela "inteligência" da campanha: a cumplicidade com a cúpula do PMDB governista que tirou o ex-governador
do páreo. Ali pode ter acabado o primeiro turno. Com Garotinho, foram embora pontos decisivos nas
pesquisas para a oposição e uma
certa facilidade em se comunicar
diretamente com eleitores de Lula.
Habilidade que falta aos discursos
de Alckmin e HH até aqui.
A relutância do eleitorado consolidado por Lula em mudar de voto
mostra que, de alguma maneira, o
segundo turno dessa eleição está
acontecendo dentro do primeiro,
com o tucano fazendo, na última semana, um arrastão nas intenções de
votos dos que são contra Lula.
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