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FERNANDO RODRIGUES
Dilma, Marta e Patrus
BRASÍLIA - Passadas as disputas
municipais de outubro, a configuração partidária do país estará formatada para a sucessão presidencial
marcada para daqui a dois anos.
Mas os três petistas até agora citados como sucessores de Lula terão
menos de 24 meses para viabilizarem seus nomes.
O prazo final de Dilma Rousseff,
Marta Suplicy e Patrus Ananias cai
no início de 2010. Falta, mais ou
menos, um ano e meio. Como há
duas mulheres no páreo, fica dispensado o trocadilho com o livro "O
Homem de Fevereiro ou Março",
de Rubem Fonseca -mas é nesse
período que os interessados terão
de mostrar robustez eleitoral.
Uma sondagem da CNT/Sensus
nesta semana ajudou a clarear um
pouco o cenário petista. Havia no
partido de Lula alguns axiomas
nunca testados na vida real. Marta
seria o nome mais nacional de todos, uma política orgânica e com
vantagem natural sobre os demais.
Dilma, egressa do PDT e sem inserção no PT "de raiz", teria dificuldade interna na legenda. Patrus, por
fim, seria um mineiro tímido demais para vôos tão altos.
A pesquisa manteve, por enquanto, só a suspeita sobre o nanismo
eleitoral de Patrus. Ele pontuou até
4% em qualquer cenário. A petista
paulistana registrou de 5,9% a
8,8%, percentuais modestos para
quem supostamente é conhecida
em todo o país. A gerente de Lula liderou. Ficou numa faixa de 8,4% a
12,3% -nada vibrante, mas à frente
dos seus adversários internos.
Dos três pretendentes petistas,
Marta é a mais conectada com o
eleitor. Se ganhar a Prefeitura de
São Paulo, pode anabolizar seu desempenho em pesquisas presidenciais. Dilma e Patrus serão vitaminados pelo dinheiro federal de Lula
derramado no PAC e na área social,
respectivamente. Muita água rolará
até 2010, mas essa é a fotografia da
largada do PT para a primeira eleição presidencial sem Lula.
frodriguesbsb@uol.com.br
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