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Versões de Erenice
Revelaram-se falsas as veementes e repetidas declarações da ex-ministra Erenice Guerra de que jamais se reunira com empresários
beneficiados pelos serviços da firma de lobby de seu filho.
Como relatado em setembro
nesta Folha, a ex-secretária-executiva da Casa Civil encontrou-se,
no final de 2009, com representantes de uma empresa de Campinas interessada em liberar um empréstimo bilionário do BNDES. À
época, a pasta era chefiada pela
hoje candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Erenice vinha negando, desde
então, ter participado da reunião.
Anteontem, em depoimento à Polícia Federal, voltou atrás e admitiu ter recebido os empresários na
sede do governo federal.
Os representantes da empresa
também afirmaram, em entrevista
à Folha, terem sido procurados,
depois da reunião, pela Capital
Consultoria. A firma do filho de
Erenice teria cobrado por seus serviços seis pagamentos mensais de
R$ 40 mil, além de uma "taxa de
êxito" -um eufemismo para propina- de 5% sobre o valor do financiamento. Segundo as declarações, o pacote incluiria ainda
uma doação de R$ 5 milhões, supostamente para a campanha presidencial petista.
Os representantes da empresa
de Campinas não foram os únicos
a ter acesso à ex-secretária-executiva da Casa Civil. No mesmo depoimento à PF, Erenice declarou
ter se encontrado, em uma padaria de Brasília e em seu próprio
apartamento, com representantes
da MTA Linhas Aéreas. A empresa, como revelado pela revista
"Veja", também contratara os serviços de seu filho.
Parece claro que, com suas negativas, Erenice buscava poupar
sua ex-chefe, Dilma Rousseff, e
enfraquecer os indícios de que um
balcão de negócios havia sido
montado na Casa Civil - onde se
orquestrou, no primeiro mandato,
o esquema do mensalão. Em ambos os casos, sob o nariz do presidente Lula e, no mais recente, da
candidata petista.
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