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COMBATE À AIDS
O mundo está perdendo a guerra contra a Aids. Essa é a conclusão a que se chega a partir da leitura do último relatório anual sobre a
moléstia preparado pelo Unaids
(Programa Conjunto da ONU sobre
HIV/Aids) e pela OMS (Organização
Mundial da Saúde). Só em 2003 a
doença matou 3 milhões e infectou 5
milhões de pessoas. O estoque de
portadores do vírus é de 40 milhões.
São os piores resultados da história. E a resposta de autoridades políticas e sanitárias à epidemia está
muito aquém da necessária, na avaliação de de Peter Piot, o diretor do
Unaids. Ele acredita que os impactos
sociais e econômicos mais devastadores da Aids ainda estão por vir.
O grande problema ainda é a África. A porção subsaariana do continente abriga entre 25 milhões e 28
milhões de portadores do vírus. Dos
3 milhões de óbitos em 2003, 2,3 milhões ocorreram na região. Outra
área problemática é a do Sul e Sudeste da Ásia. Lá existem entre 4,6 milhões e 8,2 milhões de portadores,
mas o potencial de crescimento da
doença é enorme, pois a região detém 60% da população do planeta,
muitas vezes vivendo em condições
propícias para o alastramento da síndrome.
Os avanços no campo do tratamento são, como é óbvio, bem-vindos,
mas, em alguns casos, podem estar
levando autoridades a negligenciar a
prevenção. Embora as drogas que
compõem o coquetel anti-retroviral
já ofereçam boa sobrevida -e com
qualidade- para muitos pacientes,
a doença permanece fatal. No mais,
não há perspectivas, no curto e médio prazos, de que os medicamentos
venham a ser acessíveis para todos os
doentes do planeta.
Diante de uma mortalidade elevada
e de um tratamento caro e difícil, fica
evidente que a principal arma contra
a epidemia precisa ser a prevenção.
Isso vale especialmente para o Brasil,
que não pode correr o risco de ignorar medidas preventivas, tornando-se vítima de seu próprio sucesso ao
propiciar tratamento universal e gratuito aos portadores da doença.
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