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São Paulo, sexta-feira, 28 de fevereiro de 2003

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CRESCIMENTO PÍFIO

Segundo o IBGE, a economia brasileira desacelerou a partir do primeiro trimestre de 2001 e está praticamente estagnada. A taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi de apenas 1,5% em 2002. Resultado ligeiramente acima do do ano anterior (1,4%). Como a estimativa de crescimento populacional para o período é de 1,3%, o PIB per capita expandiu-se mero 0,2%.
A pequena expansão foi liderada pelo setor agropecuário e pela indústria extrativa mineral, que aproveitam a desvalorização da moeda nacional para ampliar as exportações. Realmente, as exportações foram o único componente da demanda que apresentou crescimento relevante, 7,7%. O consumo das famílias, os gastos em investimento e as importações tiveram quedas expressivas.
Com a divulgação desses dados, pode-se começar a avaliação do período governado por FHC. Os resultados não são promissores. A economia brasileira apresentou uma expansão média anual de 2,3% entre 1995 e 2002. Já o PIB per capita teve crescimento médio de 0,9% no período. Se forem considerados apenas os anos após a desvalorização cambial e a adoção do câmbio flutuante, os resultados são mais desfavoráveis. A taxa de crescimento média ficou em 1,63%; e a do PIB per capita, em 0,3%. Portanto foi pior do que a chamada "década perdida". Entre 1981 e 1990, a economia cresceu 1,66%.
Esses dados parecem demonstrar que a estratégia de aprofundamento da inserção comercial e financeira do país nos mercados globais malogrou. A fuga dos investidores estrangeiros, diante de um aumento da aversão ao risco, impôs forte ajuste nas contas externas. A economia teve de ser contida, e a moeda desvalorizada para gerar saldos comerciais.
É preciso articular outra estratégia, na qual as agências públicas de financiamento estimulem os investimentos nos setores exportadores (alguns operando próximos da capacidade produtiva) e na substituição de importações. Essa política precisa ser deslanchada rapidamente, para reduzir a dependência externa.


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