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Editoriais
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Ensaio de recuperação
SEGUNDO DADOS do IBGE, a
taxa de desemprego de 8,1%
em junho, registrada nas
seis principais regiões metropolitanas do país, foi a menor do
ano -e manteve-se estável em
relação ao mesmo mês de 2008.
Apesar de o número ter refletido mais a redução do contingente de pessoas em busca de emprego -o chamado "desalento"- do que a criação de novos
postos, os sinais são de melhora
do mercado de trabalho.
Em relação a junho de 2008,
quando a economia encontrava-se aquecida, aumentaram não
apenas o rendimento real médio
auferido pelos trabalhadores
(com alta de 3%) como a soma
dos ganhos das pessoas empregadas -a chamada "massa salarial" (alta de 2,8%). Já em relação
a maio deste ano, os índices mostram estabilidade.
A indústria, o setor da economia brasileira mais afetado pela
crise, ainda patina. Mas, depois
de quatro meses de quedas sucessivas, o emprego industrial
registrou variação positiva, de
1,7%, na comparação com maio.
Há uma perspectiva de melhora na dinâmica do setor e de aumento das contratações neste
segundo semestre, em especial
para as vendas de fim de ano.
Uma dificuldade adicional para a recuperação sustentada da
indústria são os efeitos da valorização do real em relação ao dólar. A perda de valor da moeda
americana comprime as receitas
dos exportadores medidas em
moeda doméstica. Além disso,
provoca redução dos preços dos
concorrentes estrangeiros, tornando-os mais competitivos no
mercado interno.
É muito cedo para comemorações, mas com todas as dificuldades que permanecem em cena os
recentes indicadores reforçam a
sensação de que, após o forte baque causado pelo agravamento
da crise, em setembro de 2008, a
economia do país ensaia um início de recuperação.
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