São Paulo, terça-feira, 28 de julho de 2009

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Editoriais

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Ensaio de recuperação

SEGUNDO DADOS do IBGE, a taxa de desemprego de 8,1% em junho, registrada nas seis principais regiões metropolitanas do país, foi a menor do ano -e manteve-se estável em relação ao mesmo mês de 2008.
Apesar de o número ter refletido mais a redução do contingente de pessoas em busca de emprego -o chamado "desalento"- do que a criação de novos postos, os sinais são de melhora do mercado de trabalho.
Em relação a junho de 2008, quando a economia encontrava-se aquecida, aumentaram não apenas o rendimento real médio auferido pelos trabalhadores (com alta de 3%) como a soma dos ganhos das pessoas empregadas -a chamada "massa salarial" (alta de 2,8%). Já em relação a maio deste ano, os índices mostram estabilidade.
A indústria, o setor da economia brasileira mais afetado pela crise, ainda patina. Mas, depois de quatro meses de quedas sucessivas, o emprego industrial registrou variação positiva, de 1,7%, na comparação com maio.
Há uma perspectiva de melhora na dinâmica do setor e de aumento das contratações neste segundo semestre, em especial para as vendas de fim de ano.
Uma dificuldade adicional para a recuperação sustentada da indústria são os efeitos da valorização do real em relação ao dólar. A perda de valor da moeda americana comprime as receitas dos exportadores medidas em moeda doméstica. Além disso, provoca redução dos preços dos concorrentes estrangeiros, tornando-os mais competitivos no mercado interno.
É muito cedo para comemorações, mas com todas as dificuldades que permanecem em cena os recentes indicadores reforçam a sensação de que, após o forte baque causado pelo agravamento da crise, em setembro de 2008, a economia do país ensaia um início de recuperação.


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