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CARLOS HEITOR CONY
Grampo
RIO DE JANEIRO - - Alô! Você
está aí?
- Evidente que estou. Se não estivesse, não estaria...
- Não esquenta. Estou aqui pra
quebrar o galho...
- Que galho?
- Aquele!. A coisa está indo.
- Que coisa está indo?
- Aquela.... já falei com o cara...
- Ele topou?
- Apenas um problema. Ele quer
mais.
- É preciso cuidado. Ele pode dar
o fora.
- Não, está muito amarrado. Eu
tenho provas...
- Você ficou com as fitas?
- É lógico. Não se pode confiar
em ninguém. A coisa está braba...
a Polícia Federal já descobriu o
pacote...
- Que pacote?
- Aquele que você me entregou...
- P... que pariu! Vou procurar
meu passaporte...
- Ainda não precisa. Temos uma
alternativa...
- Que alternativa?
- Dar mais... inclusive para aquele cara...
- O Pimentel? Ele topa?
- Todo mundo topa. O problema
é saber quanto...
- Pô! A coisa está saindo muito
cara... você acha que vai dar certo?
- Certíssimo. Está tudo pronto,
só falta o biscoito...
- Que biscoito?
- Aquele verdinho, com a cara do
Washington....
- Com a cara do Lincoln não
serve?
- Serve. Só não serve a do Bush
que ainda não existe...
- Tá bem, amigão. Vou tomar
providências. Amanhã a gente
se fala...
- Falar não adianta. O cara tem
pressa.
- Entendido. Farei o que puder.
Confia em mim.
- Confio desconfiando. Nunca se
sabe....
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