São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 2006

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SERGIO COSTA

Mapa astral

RIO DE JANEIRO- Recém-rebaixado à categoria de planeta-anão no Sistema Solar, Plutão é regente do signo de Lula: Escorpião. A desqualificação, segundo especialistas, atingiu o astro quando transitava no meio do céu do presidente, a influenciar sua vida profissional.
Planeta ou planeta-anão, Plutão, quando está mais perto da Terra, fica a mais ou menos 4,4 bilhões e 4,5 bilhões de quilômetros de distância. É de lá, dessa lonjura quase infinita, que emana vibrações para o mapa astral geral e para os nativos de Escorpião em particular.
Escrito nos astros ou coincidência, o rebaixamento de Plutão casou com uma mudança de ânimos na campanha. Lula, até então com atitude olímpica na liderança, resolveu dar uma espanada geral. Ele, que só tinha batido em Serra - ato falho?-, no fim da semana partiu para cima do real adversário Alckmin com críticas à educação em São Paulo e ainda saiu em defesa do aliado Marcelo Crivella no Rio ao atirar em Cabral Filho, ligando-o ao casal Garotinho.
Alckmin também subiu o tom. Ainda que vagamente, trouxe de volta o tema do mensalão e tentou associar invasões de terras e tetos ao governo federal.
Qualquer que seja a influência na astrologia da decisão dos astrônomos sobre Plutão, ou Plutinho, como há quem brinque agora, ela parece ter sido igual para os dois rivais. Ainda que a estratégia de ambos possa ser creditada ao calendário pragmático dos marqueteiros.
Se a transformação do astro em planeta-anão influenciou a vida profissional de Lula, que andou declarando até o sonho de ser economista como antídoto ao elogio de ignorância a ele atribuída, atingiu também a de Alckmin. Os dois passaram a falar mais grosso e mais alto ao mesmo tempo. Por incrível que pareça, o ex-governador também é de Escorpião.


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