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ELIANE CANTANHÊDE
Para Alckmin, tudo ou nada
BRASÍLIA - A eleição municipal
chegou à sua última semana com algumas surpresas (Gabeira crescendo no Rio...), indefinições emocionantes (Salvador embolada...) e
uma certeza: Geraldo Alckmin tem
de rezar aos céus para chegar ao segundo turno com Marta Suplicy.
Do contrário, não estará só perdendo uma eleição, mas jogando fora seu capital acumulado e dificultando suas condições de disputar o
governo ou mesmo o Senado.
Alckmin bateu pé e conseguiu a
sigla do PSDB para concorrer em
2006, contra todas as pesquisas e as
evidências de que José Serra era
mais competitivo. O mar estava
mais para Lula do que para tucanos,
e Serra igualmente poderia ter perdido. Mas a derrota de Alckmin teve
peso maior, porque sua responsabilidade também era maior.
Alckmin voltou a bater pé e conseguiu a sigla do PSDB nas eleições
municipais, contra a estratégia de
Serra de, simultaneamente, fortalecer o aliado DEM e manter a prefeitura. Ou alguém tem dúvida de que
a prefeitura é dos tucanos?
A teimosia empurrou Alckmin
para o palanque, de onde assiste
Gilberto Kassab avançar consistentemente e já passar à sua frente.
Nesta última semana, a disputa entre eles será de vida ou morte, com
uma diferença: se Kassab perde essa, capitaliza o que conquistou e
parte para outra. A sobrevivência
de Alckmin será uma incógnita.
Enquanto isso, Marta Suplicy segue tranqüila na dianteira, mas
preocupada com o teto do PT na capital e com uma reviravolta no segundo turno, que depende muito
das seqüelas da campanha entre
seus opositores. No primeiro turno,
Alckmin deixou Marta de lado e elegeu Kassab como seu principal adversário. E no segundo, quem será
adversário de quem?
Se recuperar a prefeitura dos tucanos para o PT, Marta poderá creditar o êxito a seus méritos, claro,
mas também à divisão do PSDB e ao
voluntarismo de Alckmin. Desse
carimbo ele não se livra.
elianec@uol.com.br
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