 São Paulo, domingo, 28 de outubro de 2001 |
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Alimentar a população
ANDREW S. NATSIOS Que fique claro para o mundo: os Estados Unidos e outros países doadores vêm trabalhando para alimentar a população do Afeganistão desde muitos antes de o regime do Taleban assumir o controle do país. E os EUA continuarão comprometidos com o objetivo de ajudar a população afegã muito depois de o Taleban deixar de existir. Nos 12 meses anteriores a 11 de setembro, o governo norte-americano forneceu US$ 174 milhões em ajuda humanitária à população afegã. Os Estados Unidos, os países parceiros e as organizações humanitárias internacionais estão engajados na tarefa crítica de assistir uma população que se encontra à beira da morte pela fome. Os EUA, sozinhos, fornecem 80% de toda a ajuda alimentícia que chega ao Afeganistão. Estamos comprometidos com nosso papel de principal país doador de ajuda alimentar à população afegã. Mesmo antes da crise atual, a guerra civil e o mau governo do Taleban já tinham criado 3,5 milhões de refugiados. Agora, a seca de três anos e a praga da fome ameaçam 7 milhões de pessoas. Que fique muito claro para o mundo: as ações do Taleban, ao criar obstáculos aos esforços de ajuda, estão dificultando cada vez mais a entrega da ajuda. As ONGs estão relatando uma interferência crescente e persistente do Taleban na distribuição da ajuda internacional. A organização Médicos sem Fronteiras informou que vários de seus centros em Mazar-e-Sharif e Candahar foram saqueados, tendo sido roubados materiais médicos e alimentos. Com isso, seis Províncias afegãs ficaram sem a assistência de que precisam com urgência. A Organização Internacional para a Migração também informou que sua sede em Mazar-e-Sharif foi saqueada, seus veículos foram roubados e seus funcionários locais foram espancados. A Human Rights Watch informa que o Taleban montou ataques contra outras organizações humanitárias. O PMA (Programa Mundial de Alimentação) informou, em 16 de outubro, que o Taleban tomou dois de seus depósitos, nos quais o estoque de grãos chegava a quase 7.000 toneladas métricas. Embora o PMA tenha reconquistado o controle de seus depósitos, pelo menos por enquanto, não há dúvida de que o Taleban vai continuar a atrapalhar os trabalhos de assistência. As ONGs persistem em seus esforços para levar comida e remédios às áreas críticas do Afeganistão. Neste momento, 165 mil toneladas métricas de alimentos -a maior parte vinda dos EUA- estão a caminho do Afeganistão. É um reforço significativo para as 48 mil toneladas que já estão na região. Precisamos persistir em nossos esforços, porque a população afegã corre riscos graves. Os setores mais vulneráveis incluem as crianças pequenas, as gestantes e os idosos. Os EUA e sua coalizão procuram mitigar o sofrimento da população afegã e eliminar o flagelo terrorista que arruina a vida dos afegãos. Andrew S. Natsios, americano, mestre em administração pública pela Universidade Harvard, é administrador-chefe da Usaid (Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA). Tradução de Clara Allain. Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Eduardo Athayde: Plano Marshall, econologia e "risco Brasil" Índice |
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