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A (RE)ELEIÇÃO DE ALCKMIN
Geraldo Alckmin conquistou nas urnas não apenas uma
vitória, mas pelo menos três. Sagrou-se governador do Estado com a
maior população e a maior economia do país; alçou-se -como fizera
Aécio Neves no primeiro turno ao
conquistar o governo de Minas Gerais- ao nível das lideranças nacionais mais importantes do PSDB; e
conquistou autonomia política, desfazendo as impressões de que o tímido ex-prefeito de Pindamonhangaba
não levantaria vôo solo depois da
morte de Mário Covas.
A vitória de Alckmin, considerada
reeleição pela Justiça, foi a sua primeira grande conquista eleitoral.
Alckmin começou a delinear uma
trajetória própria na política paulista
pouco depois de ter assumido o Palácio dos Bandeirantes, no início do
ano passado. Passou relativamente
bem por seu primeiro grande teste já
em fevereiro de 2001. Debelou, sem
concessões nem massacre, a maior
rebelião de presos da história brasileira, que marcou a emergência de
um até então obscuro comando criminoso, autodenominado PCC.
A segurança pública continuou a
ser o maior desafio de Alckmin. Mudança na linha de comando da ação
policial, com ênfase numa repressão
mais dura, foi a principal resposta do
governador. O fato de que nessa
"guerra" contra os criminosos os
meios utilizados nem sempre foram
ortodoxos não diminuiu o impacto
positivo da guinada na popularidade
do governador.
Finalmente, na campanha eleitoral, Alckmin logrou mostrar-se um
tom acima de sua imagem anterior,
de um tímido e algo enfadonho gerente. Enfrentou e venceu adversários mais tarimbados, como Paulo
Maluf e José Genoino.
Com Geraldo Alckmin no Estado
de São Paulo -e Aécio Neves em Minas Gerais- os tucanos renovam
sua geração de líderes e reforçam o
seu quinhão de poder no jogo nacional de forças. Ser eleito para um cargo da importância do governo de São
Paulo é um passo para que se possa
almejar a Presidência da República,
por exemplo. Mas, para se credenciar a tanto, Alckmin terá de realizar
uma boa administração nos próximos quatro anos.
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