São Paulo, segunda-feira, 28 de outubro de 2002

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A (RE)ELEIÇÃO DE ALCKMIN

Geraldo Alckmin conquistou nas urnas não apenas uma vitória, mas pelo menos três. Sagrou-se governador do Estado com a maior população e a maior economia do país; alçou-se -como fizera Aécio Neves no primeiro turno ao conquistar o governo de Minas Gerais- ao nível das lideranças nacionais mais importantes do PSDB; e conquistou autonomia política, desfazendo as impressões de que o tímido ex-prefeito de Pindamonhangaba não levantaria vôo solo depois da morte de Mário Covas.
A vitória de Alckmin, considerada reeleição pela Justiça, foi a sua primeira grande conquista eleitoral. Alckmin começou a delinear uma trajetória própria na política paulista pouco depois de ter assumido o Palácio dos Bandeirantes, no início do ano passado. Passou relativamente bem por seu primeiro grande teste já em fevereiro de 2001. Debelou, sem concessões nem massacre, a maior rebelião de presos da história brasileira, que marcou a emergência de um até então obscuro comando criminoso, autodenominado PCC.
A segurança pública continuou a ser o maior desafio de Alckmin. Mudança na linha de comando da ação policial, com ênfase numa repressão mais dura, foi a principal resposta do governador. O fato de que nessa "guerra" contra os criminosos os meios utilizados nem sempre foram ortodoxos não diminuiu o impacto positivo da guinada na popularidade do governador.
Finalmente, na campanha eleitoral, Alckmin logrou mostrar-se um tom acima de sua imagem anterior, de um tímido e algo enfadonho gerente. Enfrentou e venceu adversários mais tarimbados, como Paulo Maluf e José Genoino.
Com Geraldo Alckmin no Estado de São Paulo -e Aécio Neves em Minas Gerais- os tucanos renovam sua geração de líderes e reforçam o seu quinhão de poder no jogo nacional de forças. Ser eleito para um cargo da importância do governo de São Paulo é um passo para que se possa almejar a Presidência da República, por exemplo. Mas, para se credenciar a tanto, Alckmin terá de realizar uma boa administração nos próximos quatro anos.


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