São Paulo, sábado, 28 de outubro de 2006

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FERNANDO RODRIGUES

O PT cresce

BRASÍLIA - Quando Lula ganhou a Presidência, em 2002, tomou posse com uns gatos-pingados oferecendo apoio explícito nos Estados.
O PT havia eleito os governadores de três localidades periféricas -Acre, Mato Grosso do Sul e Piauí-, cujo eleitorado somado equivale a meros 3,2% do total do país.
Nenhum governador de Estado grande dava a Lula apoio incondicional nem oferecia alento para a condução do "Titanic" em que se convertera o Brasil naquela virada de 2002 para 2003.
Desta vez, o cenário é outro. Se vencer, como apontam as pesquisas em uníssono, Lula entrará no Planalto no dia 1º de janeiro de 2007 respaldado por pelo menos 17 governadores favoráveis ao seu segundo governo. O mais notável é que, no meio desse grupo, estarão também os petistas, pela primeira vez, como gente grande.
Além dos já tradicionais três Estados pequenos (o eterno Acre, Piauí e Sergipe), os petistas integram agora o cenário nacional com a Bahia (4º maior eleitorado do país) e possivelmente o Pará (10º maior). Os mais otimistas, embora sem correspondência nas pesquisas, ainda acreditam numa reconquista do Rio Grande do Sul.
Mesmo sem o território gaúcho, o PT já será o terceiro maior partido em número de governos estaduais. Uma marca nunca atingida na história da agremiação -campeã absoluta de votos para deputado federal pela segunda eleição seguida.
Mesmo sem dar respostas satisfatórias para uma parte dos brasileiros -só as irritantes desculpas esfarrapadas a cada novo escândalo-, o PT conseguiu contornar a adversidade nas urnas. Cresceu e deve ser motivo de reflexão para Lula.
A legenda foi a sua principal fonte de problemas no seu primeiro mandato. Agora, ainda mais robusta, nada indica que a sigla vá se conter.


frodriguesbsb@uol.com.br

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