São Paulo, sexta-feira, 28 de novembro de 2003 |
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ELIANE CANTANHÊDE Foi sem nunca ter sido
BRASÍLIA - Lula não pode fechar a
secretaria de Matilde Ribeiro, porque
abriria uma crise com a comunidade
negra. Nem a secretaria de José
Fritsch, porque a crise seria com o setor de pesca. Nem a de Emília Fernandes, porque a mulherada ficaria
braba, e isso dá confusão.
Então, está combinado: ninguém
mexe nas secretarias durante a reforma ministerial. Fica tudo como está.
Lula também não pode enxugar a
área social, acabar com as superposições evidentes e conferir mais eficiência -onde iria colocar os amigos
Graziano, Benedita, Olívio? Além
disso, agora não faz sentido tirar os
petistas Cristovam e Humberto Costa
de áreas típicas do partido, que são a
educação e a saúde.
Então, está combinado: todo mundo continua onde está. A Ana Fonseca, que é técnica, não ministra, continua tocando o barco e não se fala
mais nisso. Fica tudo como está.
Lula igualmente não poderá mexer
nos partidos aliados, que manterão
seus ministérios: um para o PL, outro
para o PSB, um terceiro para o PTB e
um quarto para o PC do B.
Então, está combinado: se o PDT
também continuar com uma vaga
(hoje é Comunicações), nada muda.
Fica tudo como está.
Lula, evidentemente, não vai mexer em Dirceu, Palocci, Gushiken,
Amorim, Viegas e Márcio Thomaz
Bastos. Então, está combinado: nada
muda também no "núcleo duro"
nem nos ministérios "de Estado". Fica tudo como está.
A reforma, portanto, começou como possibilidade de grandes mudanças, passou pela fase de médias mudanças e chega às vésperas de seu
anúncio como uma mudancinha de
nada. Para ser mais exata, a reforma
só vai servir para meter o PMDB em
dois ministérios. O que, aliás, nem
chega a ser motivo de comemoração.
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