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Rodoanel e mananciais
O GOVERNO paulista vai elaborar um traçado alternativo para o trecho norte
do Rodoanel -obra viária que,
uma vez completa, vai circundar
a região metropolitana de São
Paulo. Uma polêmica envolve os
60 km da alça norte: sem data para o início da construção, ela tem
importante impacto ambiental a
ser atenuado.
O projeto inicial previa cortar a
serra da Cantareira, região que
abastece de água mais de 80% da
Grande São Paulo. Por conta disso, tal trajeto havia sido contestado no início da década pela Secretaria do Meio Ambiente, pela
Sabesp e por ambientalistas.
Agora essas implicações serão
reavaliadas. A Dersa abriu licitação para o estudo de impacto
ambiental, que vai incorporar as
duas possibilidades de traçado. A
antiga, distante de áreas densamente habitadas, tem a vantagem de ser menos custosa e mais
fácil de ser implantada.
O novo traçado, em contraste,
atinge áreas bastante povoadas e
redundaria em grandes desapropriações de imóveis. Tem a vantagem, entretanto, de ligar-se diretamente a um corredor importante da zona norte -a av. Inajar
de Souza-, além de servir como
obstáculo para a expansão urbana numa área ainda preservada.
Determinante para escolha será a diferença de custo entre os
dois projetos, ainda a ser calculada. Não há razão para descartar,
de início, nenhuma das alternativas. A fim de mitigar os riscos
ambientais, existem recursos
técnicos, como os já adotados em
outros trechos do Rodoanel.
Para não induzir ocupação nas
zonas de mananciais, o trecho
sul, por exemplo, deve se estender por 38 km sem dar acesso nenhum às avenidas da região. Esta
parte do Rodoanel, ao margear o
braço do rio Grande, se comporta como barreira à invasão de
áreas estratégicas, prevenindo a
degradação do manancial que
abastece a região do ABCD.
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