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JUROS MENORES
Pelo segundo mês consecutivo, os juros cobrados pelas instituições bancárias registraram pequeno recuo, segundo o Banco Central. Na média, o custo de um empréstimo caiu de 49% ao ano, em junho, para 48,8% em julho. Isso sinaliza que os bancos podem estar antecipando a redução da taxa de juros
básica em meio à demora do BC em
iniciar esse movimento, para o qual
os resultados da inflação vêm abrindo espaço já há algum tempo.
A ligeira redução no custo médio
dos empréstimos esteve associada,
principalmente, ao comportamento
das taxas cobradas de empresas. No
caso das pessoas físicas, apenas o financiamento para a compra de veículos apresentou juros menores. Em
todas as outras modalidades houve
estabilidade ou aumento das taxas.
O volume de crédito disponível no
país continuou a se expandir lentamente. Os financiamentos oferecidos pelo sistema financeiro no final
de julho somavam R$ 533,4 bilhões
(com alta de 1,5% sobre o mês anterior), o equivalente a 28,2% do PIB.
Embora crescente, ainda se trata de
uma oferta de crédito bastante restrita. No início do Plano Real, entre
1994 e 1995, essa proporção chegou
perto de 40%. Em países emergentes, como o Chile, essa proporção
atinge 70%, e ultrapassa 100% nas
economias desenvolvidas.
Os empréstimos com desconto em
folha de pagamento foram um dos
responsáveis pela expansão do crédito. Essas operações cresceram 56,1%
entre dezembro de 2004 e julho de
2005, chegando ao valor de R$ 19,7
bilhões, o que representa um terço
dos financiamentos concedidos a
pessoas físicas com recursos livres
(isto é, excluindo os empréstimos direcionados pelo governo). Nos empréstimos com desconto em folha, a
taxa média situou-se em 36,8% ao
ano, bem abaixo dos 76,6% cobrados, em média, nas operações convencionais de crédito pessoal.
No momento em que o próprio sistema financeiro aponta para uma diminuição dos juros seria uma flagrante insensatez o BC protelar ainda mais o corte da taxa básica.
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