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ELIANE CANTANHÊDE
Terceiro mandato
BRASÍLIA - O projeto "Lula, 20
anos" passa pela eleição de Lula para um terceiro mandato em 2015.
Calma! Não é brincadeira, não! O
homem, que já não é um poço de
humildade, está com o ego na Lua
diante da possibilidade concreta de
vitória no primeiro turno e sonha
longe. O céu é o limite.
Ao martelar, via ministros, deputados e assessores, que está disposto a passar a faixa presidencial de
mão beijada para José Serra ou
principalmente para Aécio Neves
em 2010, Lula não deixa dúvidas. O
tal "pacto nacional", que passa a incluir o fim da reeleição, com a volta
de mandato de cinco anos, só pode
ser para isso: o terceiro mandato.
O PT, em frangalhos, só elege governadores em três Estados periféricos e não tem um só nome em
condições de disputar a sucessão de
Lula em 2010. O que Lula faz? Insufla os tucanos, jura que vai ajudar na
eleição deles, pede em troca o fim
da reeleição e, pimba!, se colar, estará com o caminho livre para voltar em 2015, nos braços do povo.
Pergunta nš 1: o que Serra lucra
ao enterrar a reeleição, se ele é franco favorito para o governo de São
Paulo e pode querer manter o cargo
daqui a quatro anos?
Pergunta nš 2: o que Aécio lucra,
se deve ser consagrado com 70%
dos votos em Minas e tem um ótimo horizonte para a eleição presidencial de 2010, sem um adversário
forte no PT? Vai jogar a chance de
reeleição fora, de véspera?
Que há conversas entre petistas e
tucanos, há, como sempre houve.
Até porque Lula sabe que o eventual segundo mandato não vai ser
um passeio e ele vai precisar de uma
oposição boazinha, mais ou menos
como a que vem enfrentando, apesar de tudo.
E governadores não querem briga com o Planalto.
Daí aos dois tucanos mais promissores caírem na lábia de Lula é
outra história. Uma história para
eleitor ver -e desconfiar.
elianec@uol.com.br
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