São Paulo, domingo, 29 de agosto de 2010 |
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EMÍLIO ODEBRECHT Formando novos líderes Assim como sociedades de confiança são melhores que sociedades onde impera a suspeita, governos, empresas e instituições regidas por relações de confiança são melhores que aquelas onde todos duvidam de todos. E onde há a cultura da confiança é possível haver, mediante um processo estruturado de delegação planejada, a descentralização. Descentralizar é compartilhar o poder de decisão para que este se torne mais efetivo; delegar é apostar no talento, no alinhamento e no espírito de cooperação de todos, em qualquer nível hierárquico, tanto na administração privada como na administração pública. Por isso, a descentralização da gestão é o mais eficaz meio de formação de pessoas, condição essencial para o crescimento e a perpetuidade das empresas. Não me refiro à descentralização de atividades ou de serviços, simplesmente. A descentralização que defendo é a que se concretiza pela delegação de responsabilidade, autoridade e poder a empresários-parceiros qualificados e dotados de autonomia para agir como se fossem donos das unidades que lideram. Assim, cada unidade pode operar como uma pequena empresa enxuta, ágil, flexível, ligada à grande empresa por laços federativos, capaz de gerar produtividade, liquidez e imagem e de identificar oportunidades para transformá-las em resultados. O sucesso é consequência da coordenação e da integração que o líder realiza, a partir dos resultados obtidos pelos liderados, que, confrontados com demandas do mundo real e emancipados de rígidas cadeias de comando, podem, com criatividade e espírito de servir, fazer acontecer, produzindo riquezas para seus clientes, acionistas e comunidades onde atuam. A descentralização é essencialmente educativa e proporciona a formação continuada de mais e melhores quadros, capazes de aprender a aprender, comprometidos com o autodesenvolvimento. Os líderes devem ter postura desprendida em relação ao poder que exercem, conscientes de que a eles cabe, sobretudo, a atribuição de educar. O líder que confia, descentraliza e delega sem abdicar de seu papel de apoiar o desenvolvimento do liderado, principalmente nos aspectos comportamentais, o respeita e o ajuda a ter sucesso. Transfere para ele a responsabilidade pelo ciclo produção/venda e, ao fazê-lo, assegura a continuidade do crescimento sólido e orgânico da organização que integram, porque o crescimento sempre depende da existência de líderes educadores formando novos líderes educadores. EMÍLIO ODEBRECHT escreve aos domingos nesta coluna. emilioodebrecht@uol.com.br Texto Anterior: Rio De Janeiro - Paula Cesarino Costa: Buzinar, passar e parar Próximo Texto: TENDÊNCIAS/DEBATES Ban Ki-Moon: O Paquistão precisa de nossa ajuda, agora Índice |
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