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CAPITAL INTELECTUAL
O desenvolvimento é um
desafio que, para ser vencido,
requer muito mais do que fatores
materiais. É decisivo o capital intelectual, além da capacidade produtiva.
A fronteira da produção de riqueza
no mundo contemporâneo é o investimento cada vez mais inteligente e
intensivo em ciência, tecnologia,
educação e cultura.
Nesse sentido, merece atenção a
"Carta pela Democratização Universal do Saber", divulgada pela Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, com
apoio do Ministério das Comunicações, do Itamaraty e do Banco Mundial. Trata-se de uma proposta de
orientação de esforços para promover no país a "inclusão socioinformacional" -ou seja, a capacitação
da população, especialmente os jovens, para o uso de ferramentas telemáticas e redes de informação.
Como já observou o Nobel de economia de 1998, Amartya Sen, nascido na Índia, mais pertinente e relevante do que tentar repelir a globalização é lutar por condições de vida
nos países mais pobres que reduzam
as iniquidades a ela associada. É esse
o princípio do documento do CDES,
que procura trocar a desgastada palavra de ordem do "não à globalização" pela perspectiva da globalização do conhecimento como via de
acesso ao crescimento sustentável.
A carta divulgada pelo ministro
Tarso Genro enfatiza a importância
dos direitos à informação, à comunicação e ao conhecimento, áreas que
deveriam merecer do governo e de
instituições econômicas financiamentos e programas especiais.
Documentos desse tipo, no entanto, costumam cair na zona cinzenta
das boas intenções que não se materializam. Seria lamentável que isso
acontecesse, já que a criação e a multiplicação de redes digitais de aprendizado constituem, de fato, um caminho para o progresso, entendido
em sentido amplo. É o que demonstra a experiência de países emergentes, como a Coréia do Sul, que investiram maciçamente em educação.
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