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Editoriais
Lupa no desemprego
A TAXA DE desemprego voltou a cair, em agosto. De
acordo com a Pesquisa
Mensal de Emprego, divulgada
pelo IBGE, nas seis principais regiões metropolitanas do país
apenas 7,6% das pessoas dispostas a trabalhar não encontravam
uma ocupação -meio ponto percentual a menos do que em julho.
Desde que essa pesquisa adotou a atual metodologia, em
2002, foi a segunda menor proporção já apurada -a mais baixa,
em dezembro de 2007, ocorreu
num período em que o desemprego costuma diminuir bastante. Na prática, a taxa de agosto foi
a mais baixa dos últimos seis
anos e meio.
Vista isoladamente, a informação pode sugerir que o mercado
de trabalho não cessa de se aquecer -o que poderia agravar as
preocupações quanto a eventual
impacto inflacionário. Porém,
outras informações traçam um
quadro um pouco diferente.
O forte e inesperado recuo da
taxa de desemprego, de julho para agosto, não se deveu a uma
aceleração na criação de empregos. A proporção de desempregados encolheu porque houve uma
redução abrupta do ritmo de expansão da População Economicamente Ativa -o contingente
de pessoas com mais de 10 anos
de idade que estão trabalhando
ou procurando uma ocupação.
O ritmo de aumento da ocupação vinha se acelerando até
maio. Em junho, julho e agosto,
no entanto, as taxas de crescimento, sobre os mesmos meses
de 2007, diminuíram. Isso sugere que o mercado de trabalho começa, com a habitual defasagem,
a refletir o menor ritmo de crescimento da atividade econômica.
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