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FERNANDO RODRIGUES
Senador José Dirceu
BRASÍLIA - Se 2006 fosse hoje, o mi
nistro da Casa Civil, José Dirceu, faria o impossível para retirar de
Eduardo Suplicy a vaga de candidato
do PT ao Senado por São Paulo.
"O Eduardo sabe que a vaga dele
não está garantida. Ele não quis disputar com o Lula para ser candidato
a presidente? Vai ter de disputar para
ter a vaga de candidato ao Senado.
Nós teremos candidato para disputar
contra ele. E vamos ganhar", já disse
mais de uma vez Zé Dirceu.
Sílvio Pereira, o dirigente petista
que organiza o partido em todo o
país, tem uma resposta para quem
pergunta o nome do candidato ao Senado em 2006 no lugar de Eduardo
Suplicy: "É o Zé Dirceu".
É claro que essas maquinações não
são feitas à luz do dia. A eleição também está longe no horizonte, e os personagens podem ser outros em 2006.
Ainda assim, a clareza com que a cúpula petista traça os seus objetivos
demonstra que esse grupo não está a
passeio no Palácio do Planalto.
O sonho de Zé Dirceu depende de
inúmeras variáveis. O governador de
São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB),
por exemplo, poderá ser candidato a
presidente ou ao Senado em 2006. É
um concorrente de peso.
Também devem ser considerados
na equação os pré-candidatos petistas ao governo paulista. Marta Suplicy é a candidata natural se for reeleita prefeita de São Paulo no ano
que vem, o que parece ser a hipótese
mais provável hoje.
Só que existe uma lista grande atrás
do nome de Marta: Aloizio Mercadante, Antonio Palocci Filho, José
Genoino e o próprio Zé Dirceu. Vai
ser impossível contentar e acomodar
todos. Haverá choradeira.
Apenas uma coisa é certa a partir
de agora. O ódio que Zé Dirceu nutre
por Eduardo Suplicy será guardado
na geladeira até 2006. Mesmo que fique sem a vaga, Dirceu fará o que puder para tirar a cadeira do atual senador petista por São Paulo.
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