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FERNANDO RODRIGUES
O desafio do TSE
WASHINGTON - A melhor notícia sobre a eleição no Brasil veio da
Justiça Eleitoral. Em 2010, a internet poderá ser liberada para a livre
expressão de opiniões e como ferramenta legal na arrecadação de fundos de campanha.
O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, é o autor da sugestão:
"Enquanto não sai o financiamento
público de campanha -que se impõe-, a internet poderia fiscalizar e
dar mais transparência às doações.
Nesse ponto, os norte-americanos
têm a nos ensinar". Sobre a liberdade de expressão valerá o bom senso,
pois "o internauta é maduro o suficiente para deletar as mensagens
que não o interessam".
O ministro Ayres Britto está certo. O uso da internet produziu um
efeito nunca antes visto em eleições
presidenciais dos EUA. Milhões de
jovens começaram a discutir política por meio das redes de relacionamento social.
Na semana passada, em Miami,
um grupo de aficcionados de videogame conectados pela internet fez
uma reunião com o objetivo de debater a eleição. Todos os dias, sem
exceção, os eleitores cadastrados
nos sites de Barack Obama e John
McCain recebem alguma mensagem eletrônica (ou várias) informando o que cada um fez ou discursou nas últimas horas.
No plano da arrecadação de fundos, uma massa inédita de pessoas
passou a doar para os seus políticos
prediletos. Tudo de maneira limpa
e rápida, pela internet, com cartão
de crédito ou débito. Obama já passou dos 3 milhões de doadores,
muitos contribuindo com menos de
US$ 100. Lula, em 2006, declarou
ter recebido dinheiro de apenas
1.634 doadores.
A liberação total da internet em
campanhas brasileiras dará mais
transparência ao processo. Mas o
TSE tem um desafio pela frente.
Precisa tomar a decisão com rapidez e assim evitar as pressões de
praxe às vésperas da eleição.
frodriguesbsb@uol.com.br
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