São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

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Editoriais

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Incerteza na energia

EM 2007 a hidroeletricidade representou 14,7% da matriz energética brasileira, perdendo participação relativa para os produtos da cana-de-açúcar -que alcançaram 16%, segundo o Balanço Energético Nacional. A expansão da oferta nesse segmento tem sido rápida, mais de 17% ao ano. Infelizmente, o mesmo não tem ocorrido com a energia hidráulica.
Em meados de dezembro, a represa de Sobradinho e outras da região Nordeste armazenavam volume d'água correspondente a apenas 23% e 36,7% de suas respectivas capacidades máximas. Esse quadro preocupante dos reservatórios do Nordeste, o adiamento da integração do sistema Acre-Rondônia ao SIN (Sistema Interligado Nacional) e as dificuldades para viabilizar a construção de novas usinas completam o cenário de incertezas.
Os consórcios responsáveis pelas duas usinas do rio Madeira (Jirau e Santo Antônio), estimadas em R$ 21 bilhões, estão com dificuldades para consolidar suas estruturas financeiras, mesmo com a ajuda substantiva do BNDES. Os bancos privados relutam em correr os riscos, sobretudo em um momento de elevada instabilidade financeira.
A usina de Jirau, além do risco ambiental, é contestada pelo deslocamento de 9,2 km de seu local original -uma mudança efetuada após a licitação.
O horizonte nebuloso exige atuação das autoridades. O país precisa encontrar mecanismos para acelerar as licenças ambientais e diminuir a insegurança jurídica dos empreendimentos.
Cabe também elevar a oferta de crédito de longo prazo. Uma alternativa interessante foi apresentada pela Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib). Trata-se de criar um mecanismo de direcionamento dos depósitos compulsórios -que os bancos são obrigados a manter no Banco Central- para financiar obras de hidrelétricas, portos e rodovias.


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