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Incerteza na energia
EM 2007 a hidroeletricidade
representou 14,7% da matriz energética brasileira,
perdendo participação relativa
para os produtos da cana-de-açúcar -que alcançaram 16%,
segundo o Balanço Energético
Nacional. A expansão da oferta
nesse segmento tem sido rápida,
mais de 17% ao ano. Infelizmente, o mesmo não tem ocorrido
com a energia hidráulica.
Em meados de dezembro, a represa de Sobradinho e outras da
região Nordeste armazenavam
volume d'água correspondente a
apenas 23% e 36,7% de suas respectivas capacidades máximas.
Esse quadro preocupante dos reservatórios do Nordeste, o adiamento da integração do sistema
Acre-Rondônia ao SIN (Sistema
Interligado Nacional) e as dificuldades para viabilizar a construção de novas usinas completam o cenário de incertezas.
Os consórcios responsáveis
pelas duas usinas do rio Madeira
(Jirau e Santo Antônio), estimadas em R$ 21 bilhões, estão com
dificuldades para consolidar
suas estruturas financeiras, mesmo com a ajuda substantiva do
BNDES. Os bancos privados relutam em correr os riscos, sobretudo em um momento de elevada instabilidade financeira.
A usina de Jirau, além do risco
ambiental, é contestada pelo
deslocamento de 9,2 km de seu
local original -uma mudança
efetuada após a licitação.
O horizonte nebuloso exige
atuação das autoridades. O país
precisa encontrar mecanismos
para acelerar as licenças ambientais e diminuir a insegurança jurídica dos empreendimentos.
Cabe também elevar a oferta
de crédito de longo prazo. Uma
alternativa interessante foi apresentada pela Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib). Trata-se de
criar um mecanismo de direcionamento dos depósitos compulsórios -que os bancos são obrigados a manter no Banco Central- para financiar obras de hidrelétricas, portos e rodovias.
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