|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RESISTIR À BARBÁRIE
Foi com profunda indignação
que o país recebeu a notícia do
assassinato de três auditores do Ministério do Trabalho no noroeste de
Minas Gerais, presumivelmente em
represália à fiscalização das condições de trabalho em fazendas do Estado. Há suspeitas de que o assassinato possa estar relacionado com a
atuação do ministério no combate ao
trabalho escravo. O crime provocou
imediata reação do governo, que
anunciou a criação de uma força-tarefa para conduzir as investigações.
Fazem bem as autoridades do país
em reagir com presteza. É preciso
dar sinais de que a brutalidade desfechada contra os fiscais -e também
contra o motorista que com eles trabalhava- não irá intimidar os responsáveis pela fiscalização e desviar
o ministério da tentativa de erradicar
o trabalho escravo.
Esse tipo de regime, como se sabe,
é fruto, em nossos dias, de uma série
de coações, entre elas a indução ao
endividamento dos empregados
com transporte e alimentação, de
modo que não consigam quitar os
compromissos, permanecendo presos a seus "senhores". Segundo dados oficiais, apenas no ano passado
cerca de 5.000 trabalhadores em situação análoga à de escravidão foram libertados em diligências do Ministério do Trabalho.
Eliminar essa prática deve ser um
compromisso acima de colorações
políticas e partidárias. É a consciência do país, independentemente deste ou daquele governo, que repudia a barbárie do trabalho escravo.
É de esperar, portanto, que a elogiável mobilização das autoridades
não se limite ao primeiro momento.
É indispensável que as investigações
sejam conduzidas com rigor e celeridade para que os responsáveis pelo
crime possam ser identificados, julgados e punidos.
Texto Anterior: Editoriais: A SERVIÇO DAS METAS Próximo Texto: Editoriais: TROCA COM O HIZBOLLAH Índice
|