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VALDO CRUZ
Não se anule
BRASÍLIA - A campanha já começou, ainda não pegou, mas já tem
gente preocupada com ela: a da pregação do voto nulo na eleição desse
ano, um protesto contra a bandalheira na política.
Presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Marco Aurélio de
Mello diz ter captado sinais de que a
campanha em defesa do "anule seu
voto" pode crescer e encomendou
peças publicitárias para atacá-la.
"É um retrocesso que me preocupa muito. Vamos mostrar na TV e
no rádio que o voto nulo não implica melhorias para o Brasil", diz
Marco Aurélio, principal juiz da
eleição de 2006.
Ele tem motivos de sobra para estar preocupado. Afinal, nunca houve campo tão fértil para proliferação desse tipo de bandeira desde a
redemocratização do país.
O PT, arauto da ética até antes de
chegar ao poder, chafurdou na lama. Daí surgiu a sucessão de escândalos: do mensalão aos sanguessugas, nunca todos foram tão iguais na
política, com raras exceções.
Com espetáculo tão deprimente
sendo encenado nos gabinetes de
Brasília, é comum ouvir de eleitores
que ninguém merece seu sufrágio.
Por enquanto, porém, a fase é
mais de desabafo. As pesquisas eleitorais ainda não captaram aumento
nas intenções de votos nulos. Estão
na média histórica, abaixo de 10%.
O risco é que, iniciada de fato a
campanha eleitoral, a pregação do
sufrágio nulo saia dos ambientes
restritos, como a internet, e ganhe
adeptos nas ruas. Talvez até não cole muito para o posto de presidente,
já que pode ajudar Heloísa Helena.
Mas pode atingir deputados.
Antes disso, a Justiça Eleitoral
promete agir para garantir a credibilidade da eleição não só no combate ao voto nulo. Promete rigor na
fiscalização das eleições. Contará
com a ajuda da Polícia Federal.
Os chefes da operação recomendam cautela àqueles que ainda pretendem viajar com malas de dinheiro pelos aeroportos. A conferir.
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