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CLÓVIS ROSSI
Começa o segundo turno
SÃO PAULO - De perspectivas e características pessoais completamente
diferentes, o marqueteiro Duda Mendonça, hoje a serviço do PT, e o ministro Euclides Scalco, secretário-geral da Presidência, chegaram a uma
avaliação comum a respeito do cenário eleitoral.
"O segundo turno começa no dia
1º", diz Duda Mendonça. Scalco, que,
pela sobriedade, é o oposto de um
marqueteiro, concorda com a tese,
embora não com a frase em si. Ambos acham que só as próximas pesquisas indicarão se, de fato, há uma
tendência de queda de Ciro Gomes e
de subida de José Serra.
A próxima pesquisa será, em princípio, a que o Datafolha está fazendo
para divulgação no domingo -não
por acaso o 1º de setembro que Duda
aponta como início de um suposto segundo turno.
Duda jura que não está muito preocupado em saber quem acompanhará Luiz Inácio Lula da Silva na disputa final: "Quem está em primeiro
lugar não pode olhar para trás".
Pode estar disfarçando, mas tem
um argumento poderoso para convencer sobre a sua sinceridade: acredita -e há lógica na sua fé- que
Lula terá garantido, no turno final, o
apoio dos dois candidatos que forem
eliminados agora (Serra, se Ciro for
ao segundo turno, ou Ciro, se Serra
passar à frente, e Garotinho).
Scalco evita comentários adicionais
sobre o cenário eleitoral. Mas a Folha
ouviu no Palácio do Planalto que a
sorte de Serra se decidirá pela maior
ou menor capacidade de tirar proveito de ser governo.
O cálculo é aritmético: FHC tem
27% de ótimo/bom, segundo a pesquisa mais recente, e 40% de regular.
Se os 27% que aplaudem FHC mais
um terço dos que acham o seu governo regular votarem no seu candidato
(uma hipótese bastante razoável),
Serra vai ao segundo turno.
São cálculos e expectativas que a
pesquisa de domingo começará a tornar algo mais nítidos -ou mais fora
de foco.
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