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LUCRO EMPRESARIAL
As grandes corporações brasileiras com ações negociadas
em Bolsa apresentaram melhora
substantiva em vários indicadores de
desempenho, tais como receita, lucro e patrimônio. Infelizmente, essa
não é uma realidade para o conjunto
das empresas nacionais, sobretudo
as voltadas para o mercado interno.
Segundo dados de uma empresa de
consultoria publicados por esta Folha, as grandes corporações aproveitaram a onda de expansão da economia mundial, liderada pelos EUA e
pela China. Ampliaram seus volumes exportados e obtiveram ganhos
de preços, na maior parte devido ao
aumento nas cotações de algumas
commodities exportadas pelo país.
Essa situação permitiu um aumento
dos lucros. Apesar do câmbio desfavorável, os melhores resultados
ocorreram nos principais setores exportadores -como mineração, siderurgia, petroquímica e carnes.
O crescimento dos lucros e a valorização do real, que reduz as despesas
financeiras das empresas em moedas internacionais, possibilitaram a
queda nos níveis de endividamento
das corporações, melhorando os balanços. Em média, a relação entre a
dívida e o patrimônio líquido caiu de
102,5% no primeiro semestre de
2004 para 70,2% no mesmo período
em 2005. Isso parece indicar que o
lucro foi utilizado para abater parte
do estoque de dívida e, simultaneamente, aumentar o patrimônio (aplicações financeiras e produtivas).
A redução do estoque de dívida e o
aumento da liquidez das companhias são notícias alvissareiras. Isso
significa que as grandes empresas
estão aptas a crescer, ampliando os
gastos em mais capacidade produtiva e geração de empregos.
Lamentavelmente, alguns aspectos
da política econômica, como a elevada taxa de juros, tendem a conter a
expansão em limites aquém do possível e desejável. Enquanto a previsão
de crescimento do Brasil gira em torno de 3% do PIB, sob a liderança das
exportações, outros países emergentes esperam crescer acima de 6%.
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