São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2005

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LUCRO EMPRESARIAL

As grandes corporações brasileiras com ações negociadas em Bolsa apresentaram melhora substantiva em vários indicadores de desempenho, tais como receita, lucro e patrimônio. Infelizmente, essa não é uma realidade para o conjunto das empresas nacionais, sobretudo as voltadas para o mercado interno.
Segundo dados de uma empresa de consultoria publicados por esta Folha, as grandes corporações aproveitaram a onda de expansão da economia mundial, liderada pelos EUA e pela China. Ampliaram seus volumes exportados e obtiveram ganhos de preços, na maior parte devido ao aumento nas cotações de algumas commodities exportadas pelo país. Essa situação permitiu um aumento dos lucros. Apesar do câmbio desfavorável, os melhores resultados ocorreram nos principais setores exportadores -como mineração, siderurgia, petroquímica e carnes.
O crescimento dos lucros e a valorização do real, que reduz as despesas financeiras das empresas em moedas internacionais, possibilitaram a queda nos níveis de endividamento das corporações, melhorando os balanços. Em média, a relação entre a dívida e o patrimônio líquido caiu de 102,5% no primeiro semestre de 2004 para 70,2% no mesmo período em 2005. Isso parece indicar que o lucro foi utilizado para abater parte do estoque de dívida e, simultaneamente, aumentar o patrimônio (aplicações financeiras e produtivas).
A redução do estoque de dívida e o aumento da liquidez das companhias são notícias alvissareiras. Isso significa que as grandes empresas estão aptas a crescer, ampliando os gastos em mais capacidade produtiva e geração de empregos.
Lamentavelmente, alguns aspectos da política econômica, como a elevada taxa de juros, tendem a conter a expansão em limites aquém do possível e desejável. Enquanto a previsão de crescimento do Brasil gira em torno de 3% do PIB, sob a liderança das exportações, outros países emergentes esperam crescer acima de 6%.


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