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SERGIO COSTA
Na contramão
RIO DE JANEIRO - Crivella se diz
candidato do coração de Lula. Paes
promete inédita parceria município-Estado-Brasília, graças à "amizade de infância" entre Lula e o governador. Jandira lembra que sempre esteve ao lado do petista -nas
vitórias e também nas derrotas.
Molon passa o programa inteiro
mostrando, orgulhoso, que carrega
a mesma estrelinha no peito...
E a novidade no Rio é justamente
a ascensão de um candidato que, na
contramão, tem se afastado de Lula
nos últimos anos. Gabeira cresce
nas pesquisas sem precisar explicar
porque é ele cá e Lula lá.
Já pegou pesado com o presidente: "Blindamos o Lula com o argumento de que as pessoas que achavam que ele dizia coisas sem sentido eram preconceituosas. Temos
que acabar com o elogio da ignorância", dizia em 2005, à época do
mensalão. Hoje, bem mineiro, explica que, se for eleito, terá de superar ressentimentos. Também evita
grudar demais sua imagem aos aliados tucanos. Menos é mais.
Aos olhos do carioca que prescinde do Bolsa Família, o charme de
Gabeira pode estar em não tentar
pegar carona, de qualquer jeito como os outros, na popularidade do
presidente. O verde é líder entre
eleitores de classe e escolaridade
mais altas, mostra o Datafolha. Caetano Veloso, ao declarar no blog o
voto, dá uma pista de como o enxerga esse eleitor: "Tudo a ver com a
coragem de enfrentar os corruptos
do Planalto -no Legislativo e no
Executivo- e nada a ver com esse
folclore de drogas: eu odeio maconha e vou votar nele", escreveu.
Ganhar na zona sul não costuma
decidir eleição no Rio, onde a maioria das intenções de voto está com
"aliados" de Lula. Mas a onda Gabeira, agora, confirma a tradição carioca em desafinar o coro dos contentes. Vale lembrar que aqui, no
ano passado, o presidente pop levou sua maior vaia. No Maracanã.
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