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RODÍZIO EM CRISE
Foi instituído em 1997 o atual
sistema de rodízio de veículos
em São Paulo, a fim de aliviar o tráfego em ampla área da metrópole em
horários críticos. A idéia inicial era
retirar 20% dos automóveis das ruas
situadas numa região central da cidade conhecida como Minianel Viário. Como se sabe, a cada dia útil é
proibido que veículos com determinados finais de placa circulem das 7h
às 10h e das 17h às 20h.
Apesar de bons resultados iniciais,
ao longo desses anos não apenas os
mais bem aquinhoados passaram a
contornar a limitação adquirindo
um segundo automóvel como aumentou a quantidade de motoristas
que simplesmente não cumprem a
norma, arcando com o risco de multa (de R$ 85,12) e perda de pontos em
sua carteira de habilitação.
Em 1998, 9% dos motoristas foram
flagrados desrespeitando o rodízio
no período da manhã e 14% no período da tarde/noite. Já neste ano, os
dados até aqui disponíveis indicam
um aumento do percentual de infratores: 15% dos automóveis desrespeitaram o rodízio no horário matinal e 23% no vespertino. Segundo a
Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a ocorrência é maior no
período das 17h às 20h porque o motorista não consegue atingir seu destino antes do início do rodízio ou
sente-se mais estimulado a arriscar,
pois ao início da noite a fiscalização é
menos eficiente devido à iluminação.
O fenômeno contribui para o aumento dos congestionamentos na
cidade: enquanto em 1998 registrava-se, às 20h, a média de 37 quilômetros
de trânsito obstruído, neste ano a extensão praticamente dobrou, atingindo 68 quilômetros.
A saída, obviamente, é intensificar
a fiscalização, tarefa que pode ser facilitada pelo fato de a CET conhecer
os locais e horários em que a maior
parte das irregularidades acontece.
Em termos de leis de trânsito já se
provou que nada é mais disciplinador do que a multa.
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