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FERNANDO RODRIGUES
Eleições e internet
BRASíLIA - A internet ainda não
pegou nas eleições brasileiras. Pelo
menos, não como no modelo visto
nos Estados Unidos em anos recentes, com milhões de pessoas fazendo campanha e doando dinheiro
para seus candidatos.
O Datafolha apurou que apenas
7% dos eleitores se informam a respeito de quem são os candidatos
por meio da rede mundial de computadores. Como passam de 70 milhões os brasileiros conectados, é
possível inferir com alta dose de
acerto que as pessoas usam a internet para muitas coisas, mas só uma
parcela diminuta elege essa plataforma como ferramenta para formar juízo sobre os políticos.
Há várias hipóteses para explicar
esse cenário. Uma das mais plausíveis é a incapacidade dos próprios
políticos de usar a rede com eficiência. Até este ano, trabalhar com internet em eleições restringia-se a ter
um site alimentado por assessores.
Há também os candidatos especializados em perder eleitores mandando toneladas de e-mails a respeito do último comício realizado
no interior.
Essa estratégia conservadora,
quase analógica, está mudando.
Alguns candidatos passaram a filtrar mensagens enviadas, direcionando-as a públicos específicos.
Essa tarefa é difícil. Um político pode precisar atingir no interior de
São Paulo jovens de 18 a 25 anos,
com faixa de renda até 10 salários
mínimos. Como encontrar esse público na web? Os partidos passaram
anos sem fazer nada que se aproxime de um banco relacional de dados sobre seus militantes.
Quem tem essas informações são
algumas redes de farmácias e supermercados. As listagens não estão à venda. Políticos nos EUA como Barack Obama passaram quase
dois anos montando seus bancos
de dados de e-mails. Aqui, esse movimento acaba de começar. Surtirá
algum efeito nas eleições municipais de 2012. Ou, mais provável, só
na sucessão presidencial de 2014.
fernando.rodrigues@grupofolha.com.br
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