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ELIANE CANTANHÊDE
No mesmo saco
BRASÍLIA - O senador Antero
Paes de Barros está para o escândalo dos sanguessugas assim como o
também senador Eduardo Azeredo
está para o do mensalão. Eles
metem o PSDB no saco de acusados
e minam o discurso ético da
oposição.
Azeredo, que presidiu o PSDB, é
uma espécie de prova viva de que o
esquema Marcos Valério começou
para o financiamento de campanha
de tucanos em Minas e só depois
evoluiu para uma central do PT e do
governo Lula para a compra de partidos e de votos no Congresso.
Antero foi da CPI do Banestado e
da CPI dos Bingos, é titular do Conselho de Ética do Senado e entrou
no último lote (três parlamentares)
da extensa lista de suspeitos sanguessugas. Tornou-se mais uma
dor de cabeça para Alckmin.
Azeredo é emblemático pelo alto
cargo e por dividir as culpas do valerioduto. Antero, porque, além de virulento acusador dos petistas nos
seus cargos do Senado, passa a ser o
único tucano incluído na CPI dos
Sanguessugas. O outro, um deputado, desligou-se do partido.
Ontem, o presidente do PSDB,
Tasso Jereissati, reuniu-se longamente com tucanos. Imaginava-se
que para discutir as pesquisas, a
campanha ou o oportunismo do governador Lúcio Alcântara (CE), que
aderiu a Lula no Planalto a dias da
eleição. Nada disso.
Um dos maiores problemas dos
tucanos é Antero, que entrou em
cena num capítulo eletrizante da
campanha: justamente quando
Alckmin e os tucanos decidiram
abrir guerra contra Lula e o PT.
As armas de Alckmin são cuecas,
Land Rover, Dirceu, Palocci, Delúbio, Silvinho, Waldomiro e por aí
afora. Mas bastam um só Azeredo e
um só Antero para o ricochete. E
para legitimar o pretexto de artista
que antes pregava a ética e agora
quer votar em Lula: não dá para fazer política sem... sujar a mão. Tradução: são todos iguais.
elianec@uol.com.br
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