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E OS PRESÍDIOS?
Enquanto a Justiça concede e
cassa liminares relativas ao regime disciplinar a que deveria ou não
estar submetido o traficante Luiz
Fernando da Costa, vulgo Beira-Mar,
ora preso em Presidente Bernardes,
no Estado de São Paulo, o governo
federal encerra o ano sem cumprir o
prometido. Não construiu os presídios de segurança máxima que prometera até o final de 2003.
Anunciados como um dos aspectos relevantes da nova política de segurança, essas unidades chegaram a
ser orçadas em R$ 12 milhões cada
uma e a ter sua localização escolhida.
Seriam erguidas no Distrito Federal,
Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e Amazonas.
Pois bem, as obras, pelo que informou recentemente o governo, começarão apenas em março ou abril. A
previsão é que a primeira unidade fique pronta em 2005 -já que o prazo
de construção é estimado em dez
meses. O total prometido -os cinco
presídios- só deve estar de pé em
2006. Isso, claro, a continuar dando
crédito ao que dizem autoridades
que já falharam na promessa inicial.
Esse não é, infelizmente, um episódio isolado. Trata-se de um conhecido padrão de comportamento político que o governo petista reproduz
sem nenhum pudor: ao primeiro sinal de uma crise importante, anunciam-se promessas, projetos, licitações, obras, leis e o que mais for necessário para causar a impressão de
que o mal será em breve sanado -e
bem sanado. Com o passar do tempo, no entanto, as urgências que ontem mobilizavam o poder logo se
transformam em atrasos, revisões de
cronogramas, falta de recursos etc.
A construção de presídios de segurança máxima que possam de fato
ostentar tal qualificação é parte da
imprescindível reforma do sistema
penitenciário brasileiro que, por sua
vez, é uma das faces mais importantes da questão da segurança pública.
É lamentável e desanimador que o
governo tenha falhado já de início
em questão ao mesmo tempo tão necessária e simbólica.
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