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O DRAMA CUBANO
A Revolução Cubana, que amanhã
completa 40 anos, hoje parece mais
uma peça museológica. O regime ditatorial instaurado e comandado por
Fidel Castro está exausto, praticamente moribundo, e perdeu sua razão de ser desde o fim da Guerra Fria.
Depois do colapso do regime soviético, do qual dependeu sua sobrevivência material durante quase três décadas, a ilha ficou isolada e mergulhou
num processo acelerado de deterioração econômica e social. Vê-se hoje
às voltas com a escassez de alimentos e a pauperização de sua população, sem falar no aumento da prostituição. Até mesmo as conquistas do
regime, como a erradicação do analfabetismo e a universalização do
acesso à saúde, parecem comprometidas diante da falta de perspectivas
de desenvolvimento.
Se Cuba representou um dia alguma
ameaça ao capitalismo por sua proximidade dos EUA e pelo fato de ter
sido por muito tempo o único país
nas Américas a ter feito uma revolução inspirada nos ideais comunistas,
hoje não oferece mais perigo a ninguém. Tornou-se refém dos fantasmas do passado, em nome dos quais
resiste em fazer sua transição para a
economia de mercado e a democracia.
A retórica castrista insiste em atribuir todas as mazelas atuais da ilha
ao embargo norte-americano. Se a
atitude dos EUA em relação a Cuba é
politicamente antiquada e economicamente contraproducente e deve ser
revista, o primeiro passo para que
Cuba se integre à comunidade internacional teria de ser dado pelo próprio Fidel. No entanto, os sinais muito tímidos de tolerância política e de
abertura econômica muito controlada são obviamente insuficientes para
que se aposte na hipótese de uma
transição ordenada do regime.
Fidel, mesmo derrotado historicamente, não parece disposto a abrir
mão da biografia dos ditadores, o
que torna o futuro de Cuba uma incógnita e vai adiando dramaticamente a chance de que os cubanos venham ter uma vida melhor.
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