Casa da moeda

Após promessa de blindagem, Mantega acerta ida ao Congresso

DE BRASÍLIA - Por ordem da presidente Dilma Rousseff e com a promessa de blindagem da base aliada, o ministro Guido Mantega (Fazenda) acertou que irá ao Congresso para falar sobre o cenário econômico.

A oposição vai explorar suspeitas de corrupção que derrubaram o ex-presidente da Casa da Moeda Luiz Felipe Denucci.

A expectativa é que o ministro seja ouvido entre os dias 13 e 14 de março. O governo aposta que até lá a crise em torno de Mantega perca fôlego.

O ministro é questionado pela indicação de Denucci e por não ter tomado providências diante de alerta de irregularidades na gestão do órgão.

O PTB sustenta que foi o ministro, e não o partido, quem escolheu Denucci para o cargo. Mantega nega.

A saída de Denucci foi motivada por informações que chegaram ao governo de que a Folha publicaria reportagem sobre irregularidades na estatal.

A ida de Mantega foi fechada anteontem, na posse da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ontem, a base impediu a votação de requerimentos da oposição pedindo explicação do ministro.

A avaliação é que sua ida ao Congresso pode estancar a crise se for bem orquestrada, como ocorreu com o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional), que ganhou sustentação política após se explicar sobre a informação de que teria beneficiado seu Estado na distribuição de recursos.

Mantega negou que esteja de saída do governo.

Seis senadores da oposição entraram ontem no Ministério Público Federal com representação contra o ministro pedindo que ele seja investigado por improbidade administrativa por suspeita de omissão diante do alerta de que havia irregularidades na Casa da Moeda.