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Ministério Público de São Paulo elege procurador-geral

Burocratização do trabalho de procurador e perda de protagonismo da instituição são alvos de discussão

Para oposição, gestão Grella sobrecarregou procuradores; situação atribui o problema a órgão de controle

FLÁVIO FERREIRA
DE SÃO PAULO

A eleição para a escolha do procurador-geral de Justiça de São Paulo, o chefe do Ministério Público estadual, levou promotores e procuradores a discutir a atuação externa da instituição e as rotinas de trabalho da classe.

Vão concorrer ao posto no próximo sábado, dia 24, os procuradores Márcio Elias Rosa, da situação, e os oposicionistas Mário Papaterra Limongi e Felipe Locke.

Rosa diz que a atual gestão buscou um perfil político sem personalismos e sem apelo midiático, o que permitiu administrar a instituição sem crises internas e com ênfase no profissionalismo e resultados. Afirma que vai buscar aprimorar a atuação da instituição na área política.

Já os dois candidatos da oposição afirmam que a atual gestão deixou de ocupar um papel de protagonismo nas questões políticas da sociedade e nas discussões sobre alterações em leis.

Também dizem que a direção baixou regras que burocratizaram o dia a dia dos promotores, como a exigência do preenchimento de relatórios, tirando tempo para as atividades fundamentais.

A importância do cargo, cujo mandato é de dois anos, decorre do fato de o procurador-geral ser o responsável por ações de improbidade administrativa contra o governador e por ações criminais contra prefeitos e deputados.

ATUAL GESTÃO

Rosa, que foi o responsável pela área de gestão do atual procurador-geral, Fernando Grella Vieira, diz que as rotinas criticadas pelos adversários foram impostas pela lei e pelo CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).

Grella vai deixar o cargo depois de cumprir dois mandatos consecutivos -a lei não permite que ele concorra novamente ao cargo.

Um dos oposicionistas, Limongi, é fortemente ligado ao grupo político liderado pelo ex-procurador-geral e ex-secretário estadual Luiz Antonio Marrey, que chefiou a instituição nas administrações anteriores à de Grella. O candidato também já foi secretário do atual governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Já Locke afirma que sua candidatura é independente em relação aos dois grupos tradicionais. Busca a eleição após exercer dois mandatos como conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) por indicação da classe.

O processo sucessório não termina com a votação no sábado. A lei prevê que os três candidatos mais votados no pleito farão parte de um lista tríplice a ser encaminhada ao governador do Estado, que poderá escolher entre qualquer um deles. Tradicionalmente, o chefe do Executivo paulista conduz ao cargo o mais votado.

A última vez em que este costume não foi observado foi em 1996, quando Marrey, o segundo colocado, foi alçado ao posto pelo então governador Mário Covas (PSDB).

Na próxima quinta, os candidatos realizarão um debate. A votação será feita com urnas eletrônicas e a expectativa é que o resultado seja conhecido em até cinco minutos após a conclusão da votação, às 17h.

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