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Para Hillary, Dilma criou 'padrão global' contra a corrupção

Secretário de Estado americana elogia compromisso da presidente com transparência e lança parceria com Brasil

Dilma comemora nova lei de acesso a dados públicos, mas governo reconhece que entrada em vigor deve atrasar

Sérgio Lima/Folhapress
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e a presidente Dilma conversam em Brasília
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e a presidente Dilma conversam em Brasília

FLÁVIA FOREQUE
MÁRCIO FALCÃO
NÁDIA GUERLENDA
DE BRASÍLIA

A atuação da presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção foi elogiada ontem pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton.

Ao encerrar sua visita de dois dias ao Brasil, Hillary fez um afago na presidente e afirmou que ela está "estabelecendo um padrão mundial".

"O compromisso dela [Dilma] com a abertura e com a transparência e a luta dela contra corrupção estão estabelecendo um padrão global", afirmou a secretária.

A americana esteve em Brasília para lançar um protocolo de intenções em defesa de maior transparência de agentes públicos -55 países já aderiram ao compromisso. Brasil e Estados Unidos são copresidentes da iniciativa.

"Não há melhor parceiro para começar esse esforço e liderar [essa iniciativa] do que o Brasil, e em particular a presidente Rousseff", disse ela.

Segundo ela, a corrupção "mata o potencial dos países" e tira a motivação da própria população por melhorias.

O discurso foi feito num momento em que partidos da base de apoio de Dilma discutem a instalação de uma CPI com potencial de apontar relações entre políticos do governo e da oposição com o empresário de jogos ilegais Carlinhos Cachoeira.

Em sua fala, Dilma voltou a dizer que seu governo não pactua com irregularidades.

"Não teremos tolerância com nenhum malfeito. O dinheiro público vem do diário esforço do povo, que paga tributos e constrói a riqueza do nosso país."

Ela ainda cobrou transparência de agentes privados com bens públicos e citou a importância da regulação do sistema financeiro.

"Obrigatória para o Estado, a transparência e o compromisso com o bem público também devem ser exigidos dos agentes privados cujas condutas afetam diretamente a vida dos cidadãos."

Dilma destacou o papel da inteligência da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário, "instituições cada vez mais preparadas para evitar desvios e punir".

LEI DE ACESSO

A presidente lembrou a aprovação da Lei de Acesso à Informação, que entra em vigor no dia 16 de maio.

O próprio governo, porém, reconhece atraso no cronograma das ações previstas.

"Eu não tenho a mínima dúvida de que não estará tudo funcionando 100%. O que for possível estará funcionando", afirmou o ministro Jorge Hage, da CGU (Controladoria-Geral da União).

A lei que regulamenta o acesso aos dados públicos foi sancionada em novembro do ano passado.

O texto estabelece que qualquer pessoa poderá ter acesso a informações não sigilosas sem precisar explicar o motivo, e que os entes de todos os Poderes, inclusive ONGs que recebem verba pública, estarão obrigados a prestar as informações.

Segundo dados da CGU, dos 38 ministérios, somente 10 já implantaram -parcial ou totalmente -o que a nova lei determina.

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