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Suplente de Demóstenes toma posse no Senado

DE BRASÍLIA

Sob suspeita de ter sido indicado ao cargo por Carlinhos Cachoeira, o primeiro suplente do senador cassado Demóstenes Torres, Wilder Pedro de Morais (DEM-GO), tomou posse ontem no Senado.

Numa estratégia para evitar o assédio da imprensa e a cobrança dos colegas, Morais surpreendeu ao aparecer em uma sexta-feira esvaziada para assumir o mandato.

A cerimônia durou menos de cinco minutos e foi presenciada por apenas quatro senadores -quorum mínimo para a sessão plenária. Morais fez o juramento de posse, não discursou e deixou a Casa sem dar entrevistas.

Ele tinha até 90 dias para ser empossado, mas esperou apenas 24 horas depois da publicação da cassação de Demóstenes para assumir.

Anteontem, Morais procurou integrantes da Mesa Diretora do Senado e disse que estaria em Brasília na manhã seguinte para tomar posse.

Para garantir o quorum, servidores da Casa tiveram que telefonar para congressistas que têm o hábito de comparecer às sextas (quando nem sempre há sessão no plenário).

"Me perguntaram se eu estava em Brasília, porque era preciso quorum para a posse", disse Ana Amélia Lemos (PP-RS). "Foi relâmpago. O tradicional é haver mais pompa", afirmou Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

Quarto-secretário, Ciro Nogueira (PP-PI) representou o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), na sessão. "Fui pego de surpresa. Ele não tocou no assunto das denúncias, acho que vai esclarecer tudo."

Em sua conta no microblog Twitter, Morais negou que tenha sido indicado para a suplência de Demóstenes por Cachoeira, como mostrou reportagem da Folha.

Disse que o áudio que flagra sua conversa com o empresário é um "fragmento" e que, se a íntegra tivesse sido divulgada, a "interpretação seria outra".

"Discutíamos questões de foro íntimo, que resultou na minha separação da esposa. Meu real propósito não foi mostrar gratidão, mas pôr fim a uma conversa constrangedora", disse Wilder, que é ex-marido de Andressa Morais, atual mulher de Cachoeira.

Com o retorno de Demóstenes ao Ministério Público de Goiás, a corregedoria do órgão instaurou ontem uma reclamação disciplinar para apurar eventual falta funcional do ex-senador.

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