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Eleições 2012

Lula diz que Serra voltou a concorrer 'para perder'

No rádio, ex-presidente afirma que tucano 'não gosta de cumprir mandato'

Na TV, fala do candidato a vice na chapa de Russomanno ocupa praticamente 2/3 do tempo do programa

DE SÃO PAULO

Principal fiador da candidatura de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo, o ex-presidente Lula endureceu o tom do discurso petista ontem, na estreia do programa eleitoral no rádio.

Sem citar nominalmente José Serra (PSDB), referiu-se a ele como "prefeito que não gosta de cumprir seu mandato" -em 2006, o tucano deixou o cargo para concorrer a governador.

"Não sei por que ele é candidato outra vez. Talvez para perder", afirmou Lula, antes de sugerir que Serra dificultou a implantação de um programa federal na cidade. No papel de entrevistador, o ex-presidente guiou o programa de rádio do princípio ao fim.

Na TV, a presença de Lula foi mais tímida. Ele endossou de modo protocolar a candidatura de Haddad, pedindo, a exemplo do que fez com Dilma em 2010, um voto de confiança em um nome pouco conhecido pelo eleitor médio.

O alvo preferencial de Haddad na televisão foi outro: o prefeito Gilberto Kassab (PSD) -que o candidato cortejou na pré-campanha para engrossar suas hostes.

Haddad disse que, na gestão Kassab, "a prefeitura não quis e não soube trabalhar bem com o governo federal". E criticou a suposta "forma incompetente e insensível de gerir problemas urbanos".

O candidato, no entanto, não deixou de endereçar farpas a Serra, batendo repetidamente na tecla de que a população da cidade estaria farta de "prefeitos de meio mandato e meio expediente".

Edição, trilha e texto buscaram associar o candidato às ideias de renovação e dinamismo. O adjetivo "novo" (ou variantes deste) foi usado 20 vezes em 7min40s.

NA DEFENSIVA

Na estreia televisiva, Serra adotou postura defensiva, justificando, já nos minutos iniciais, sua decisão de concorrer novamente à prefeitura. "Me sinto preparado, estou no auge da experiência. Tenho vontade, vigor e força para fazer uma administração inovadora", disse, tentando se posicionar entre o político com cancha e o gestor empreendedor.

A receita foi reforçada por uma atriz: "Para ser prefeito, o importante não é ser novo. É ter ideias novas".

Kassab mereceu duas menções rápidas, assim como o governador Geraldo Alckmin.

Já Celso Russomanno (PRB), não citou adversários ou aliados -antes, o padrinho renegado, Paulo Maluf, surgira abraçado a Haddad na faixa do PSTU. A fala do candidato a vice em sua chapa, Luiz Flávio D'Urso (PTB), ocupou 65% do programa. O tempo de TV e rádio da coligação (2min11s) foi impulsionado pelo PTB, que tem bancada maior na Câmara.

Ontem, as coligações de Serra e Haddad obtiveram liminares para suspender, respectivamente, as inserções de Russomanno e Soninha Francine (PPS) por uso de cenas externas, o que contraria a Lei Eleitoral.

(LUCAS NEVES)

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