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Ex-prefeito do Rio, Cesar Maia volta às ruas para ser vereador

ITALO NOGUEIRA
DO RIO

Sem bandeiras, cabos eleitorais e a força política de anos anteriores, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) gasta saliva em abordagens em sua campanha a vereador.

Em um dia, umas 600 vezes: "Oi, eu sou Cesar Maia. Posso lhe dar meu cartão?".

Nas ruas, diz que vai defender servidores e retomar programas de sua gestão extintos pela administração Eduardo Paes (PMDB). Em entrevistas, privilegia o "projeto político nacional do DEM".

"Precisamos em 2014 eleger a bancada federal que tínhamos antes [da criação do PSD e do escândalo envolvendo o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda]."

Aos 67 anos, Maia usa estrutura pequena. Seis pessoas o acompanham e, às vezes, lhe encaminham eleitores. Ninguém carrega bandeira ou panfleto. Apenas ele faz a abordagem. "O eleitor tem de ser surpreendido. Se já tiver visto meu panfleto antes, não para."

As principais queixas que ouve são sobre a aliança com o ex-rival Anthony Garotinho (PR). A uma eleitora que questionou a coligação "com aquela família de canalhas" respondeu: "Se o Rodrigo [Maia, filho dele] for eleito [prefeito], serei o secretário de Finanças e Administração. Quem você acha que vai mandar?".

Questionado sobre possível nepotismo, corrigiu: "Não serei [secretário], mas nessa área estará alguém da minha confiança e do Rodrigo. Se a ideia do Rodrigo for uma que eu achar que não [deve ser], ele terá de mudar de ideia".

O ex-prefeito ainda crê num segundo turno. Para ele, o filho, com só 4% das intenções de voto segundo o Datafolha, colheu o ônus da rejeição ao seu nome e ao do ex-governador Garotinho.

"Posso dar contribuição à candidatura do Rodrigo. Tenho 20% [de preferência], faça chuva, faça sol."

Maia gosta de lembrar o tempo em que Paes era seu subalterno. Conta como ele o ajudava a carregar santinhos. Diz que, na rua, o peemedebista herdou mais táticas suas do que o próprio filho.

"Rodrigo não é um grande orador, mas tem melhor conteúdo. Já o Paes, algumas coisas ele aprendeu. Mas não aprendeu a ter paciência com o eleitor que não concorda com ele. Ele se estressa, xinga."

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