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Na TV, candidato diz ser 'novo de verdade'

Sem citar nomeação de Marta após apoio a Haddad, Russomanno critica 'toma lá, dá cá'

DE SÃO PAULO

A propaganda de TV do candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno (PRB) abandonou ontem o tom ameno dos últimos dias e provocou o adversário Fernando Haddad (PT), apresentando o líder nas pesquisas de intenção de voto como "novo de verdade" e citando "jogos de interesse [...] repletos de 'toma lá, dá cá'".

O mote da novidade é um dos carros-chefe do marketing petista em torno do ex-ministro da Educação, que rebateu o programa adversário.

"As campanhas tendem a mudar na reta final porque aí as propostas -ou a falta delas- fica visível. Eu não penso que há novidade em não apresentar um plano de governo", disse, em caminhada em São Miguel Paulista.

A menção de Russomanno ao "toma lá, dá cá" é uma referência indireta à entrada da senadora Marta Suplicy (PT) na campanha de Haddad dias antes de ser nomeada ministra da Cultura pela presidente Dilma Rousseff, na semana passada. Marta, preterida por Lula na definição do candidato do partido, boicotara o escolhido por dez meses.

O vídeo mostrado no horário eleitoral já vinha sendo exibido em carros com telões da campanha nas ruas. Foi reeditado para passar na TV.

MOMENTO POLÍTICO

O marqueteiro de Russomanno, Ricardo Bérgamo, disse que levou a peça ao ar por causa do "momento político", mas negou mudança de estratégia.

À tarde, em visita a um shopping na zona sul, o candidato discutiu por dez minutos com um eleitor. O administrador de empresas Sulimar Abreu, 45, disse que não votaria mais nele porque Russomanno foi contra a Lei da Ficha Limpa quando era deputado federal.

"Pega agora as minhas falas que eu vou mostrar para ele quando eu disse que o Ficha Limpa estava sendo feito de forma errada", pediu o candidato a sua assessoria.

Russomanno votou por retirar do projeto de lei o período pelo qual um político condenado por compra de votos ou abuso de poder econômico ficaria inelegível.

Ele se irritou quando Abreu o interrompeu. "Deixa eu falar, deixa eu falar. Você vai me deixar falar?". Disse ainda que o eleitor demonstrava "falta de conhecimento".

Em vez dos pronunciamentos do ex-deputado no plenário, a assessora de Russomanno leu um texto padrão que o defende da "acusação" de ter votado contra a Ficha Limpa.

O eleitor disse ter se convencido com a resposta e abraçou o candidato, sob aplausos da claque que o acompanhava. Aos jornalistas demonstrou menos convicção: "A gente ouve o que querem que a gente ouça".

(DIÓGENES CAMPANHA, LUCAS NEVES E LUIZA BANDEIRA)

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