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Promessas para segurança são simplistas

Candidatos prometem aumentar Guarda Civil em SP, mas especialistas sentem falta de visão ampla do problema

Líderes da corrida à Prefeitura de São Paulo propõem contratação de guardas e vigilantes, sem discutir os custos

EDUARDO GERAQUE
NANCY DUTRA
DE SÃO PAULO

As promessas para melhorar a segurança pública em São Paulo feitas pelos candidatos à prefeitura, segundo especialistas, são simplistas. Para eles, falta uma visão mais ampla do problema.

Os líderes nas pesquisas -Celso Russomanno (PRB), José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT)- propõem o aumento do efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM).

"É uma medida demagógica", diz o advogado Theo Dias, professor da FGV.

Ele afirma que já falta treinamento ao contingente atual, de 6.000 guardas, e que o problema seria acentuado com mais profissionais. Os candidatos falam em aperfeiçoamento da GCM, mas não detalham seus projetos.

Para Luís Antônio Fraso, coordenador do observatório de segurança da Unesp, é positivo aumentar a guarda. O problema, para ele, é resumir a discussão a quantidade.

Russomanno propôs integrar vigilantes noturnos à GCM. Serra chamou a ideia de "sem pé nem cabeça", e Haddad, de "balão de ensaio".

"É ilegal e inócuo uniformizar e cadastrar os vigias", diz João Palhuca, vice-presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Estado de São Paulo.

Somente polícias e empresas credenciadas podem trabalhar com segurança pública nas ruas, segundo ele.

A instalação de mais câmeras de vigilância, apesar de elogiada por analistas, também é vista com ressalva.

"Seriam um excelente equipamento se estivessem acompanhadas de uma boa investigação da Polícia Civil", diz Luciana Guimarães, diretora do Instituto Sou da Paz.

A segurança pública cabe ao Estado. Polícias Civil e Militar respondem ao governador Geraldo Alckmin (PSDB).

É dele a decisão de expandir a Operação Delegada, em que PMs trabalham para a prefeitura em seus dias de folga. A ampliação é bandeira de Serra e Haddad.

Especialistas veem a ação conjunta como uma boa medida para o médio prazo. E elogiam as iniciativas de deixar a cidade mais iluminada.

"Mas é preciso saber como fazer. A iluminação tem que privilegiar a calçada", diz a diretora do Sou da Paz.

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