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Almanaque das eleições

No domingo, 29% dos eleitores não escolheram candidatos em São Paulo; em 2008, foram 22%

MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

Os níveis de abstenção, votos nulos e brancos registrados na eleição de domingo em São Paulo bateram um recorde histórico -28,9% contra 22,3% em 2008.

De acordo com pesquisa realizada pelo Ibope na semana passada, 25% dos paulistanos demonstravam pouco interesse e 24% nenhum nível de interesse nas eleições.

Para Fábio Wanderley Reis, da Universidade Federal de Minas Gerais, a ascensão e queda de Celso Russomanno (PRB) foi sintomática: "Houve uma grande fluidez eleitoral, o que indica um distanciamento deliberado e uma irritação com a política", diz. "PT e PSDB oscilaram bastante, o que provavelmente tem a ver com o desgaste dos dois partidos".

Alberto Carlos Almeida, diretor do instituto Análise, chama a eleição de domingo de "concurso de feiura".

Ele lista os motivos da insatisfação: a associação de José Serra (PSDB) à gestão de Gilberto Kassab (PSD) e sua elevada taxa de rejeição; o julgamento do mensalão e o lançamento de uma candidatura petista desconhecida; e a falta de consistência da candidatura de Russomanno.

A esse cenário de "falta de opções" o cientista político Claudio Gonçalves Couto, da FGV, associa o reavivamento do velho clichê de que "político não presta, é tudo igual". "Foi uma eleição atípica. Se esse desinteresse é uma tendência, só a próxima eleição poderá dizer", afirma.

Jairo Nicolau, da Uerj, lembra que, ao contrário das abstenções, que podem ocorrer por variados motivos, os votos brancos e nulos constituem decisão política. Ele chama a atenção para o alto índice de brancos e nulos, de 18%, na votação a vereadores. "Talvez o desinteresse pelo Legislativo tenha aparecido mais forte. É um protesto."

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22,7
milhões foram as abstenções

138,5
milhões é o total de eleitores no país, segundo a Justiça Eleitoral

115,8
milhões de votos foram computados no domingo

102,8
milhões de votos foram nominais aos candidatos, e não na legenda

9,1
milhões foi o número de votos nulos

3,8
milhões de votos foram em branco

5.518
prefeitos foram eleitos no primeiro turno no país

8,6
milhões é o número de eleitores na cidade de São Paulo

481.497
eram os candidatos a prefeito e vereador em todo o país

2.247
candidatos em todo o país foram barrados pela Lei da Ficha Limpa e ainda aguardam decisão da Justiça

6,1
milhões foram os votos válidos para prefeito na cidade de São Paulo

4,6
milhões foram os votos nominais para vereador na capital paulista

31,7
milhões de eleitores irão ao segundo turno em 50 cidades

52,3 pontos
foi a maior diferença de Serra para Haddad nos votos válidos; ela ocorreu no Jardim Paulista, zona oeste de São Paulo

36,9
foi a maior diferença de Haddad para Serra nos votos válidos; ela ocorreu em Parelheiros, zona sul de São Paulo

16%
foi o percentual de abstenções em todo o país; índice é o maior nas eleições municipais desde 1996

17,3
milhões foram os votos para prefeito recebidos pelo PT em todo o país

16,7
milhões foi a votação para prefeito do PMDB

13,9
milhões foram os votos recebidos para prefeito pelo PSDB em todo o Brasil

2,1
milhões de votos teve Eduardo Paes (PMDB) no Rio; ele é o candidato mais votado no país

1 ponto
foi a diferença entre Serra e Haddad na Ponte Rasa, zona leste de São Paulo, local em que a disputa foi mais acirrada

57.422
vereadores foram eleitos em todo o Brasil

253
prefeitos foram eleitos com 100% dos votos válidos no país; eles concorreram sozinhos ou tiveram os adversários barrados na Justiça

65%
dos votos válidos em Porto Alegre foram para José Fortunati (PDT), o prefeito de capital eleito com o maior percentual

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