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Protesto por royalties reúne 150 mil no Rio

Estimativa é da PM; governo fluminense forneceu transporte gratuito a manifestantes

DO RIO

Com coros de "o petróleo é nosso" e "mexeu com o Rio, mexeu comigo", uma multidão estimada pela Polícia Militar em 150 mil pessoas participou ontem de uma passeata promovida pelo governo do Estado do Rio para protestar contra a redistribuição dos royalties do petróleo.

Formada em sua maioria por servidores, que tiveram ponto facultativo decretado, e manifestantes uniformizados trazidos de cidades petrolíferas fluminenses como Campos e Macaé, a marcha ocupou a avenida Rio Branco (centro) e teve clima festivo, com trios elétricos de samba, funk e dance music.

Celebridades como Regina Casé, Cissa Guimarães e Xuxa discursaram, afinadas com o tom oficial. O evento foi chamado de "Caminhada contra a Injustiça, em Defesa do Rio".

"Quem gosta de ser roubado?", perguntou Xuxa, uma das mais aplaudidas, à multidão. Antes dela, a atriz Fernanda Montenegro leu o "Manifesto do Rio", que critica a proposta de mudança na distribuição dos royalties.

Aliados e adversários políticos participaram do ato, mas não discursaram -após percorrer a pé parte do percurso até a Cinelândia, o governador Sérgio Cabral (PMDB) subiu ao palco ao lado de Lindbergh Farias (PT) Rosinha Matheus e Anthony Garotinho (PR), entre outros.

Em entrevista coletiva após a caminhada, o governador disse que o evento -para o qual foi oferecido transporte gratuito à população- era "um apelo do povo do Rio pela justiça". "Acho que uma manifestação como essa sensibiliza os parlamentares."

Cabral chamou de "aberração jurídica" a proposta de redistribuição dos royalties de campos já licitados.

O clima de harmonia e união desejado pelo governo do Estado foi desafinado pelo coro de uma centena de estudantes que gritavam palavras de ordem contra Cabral e levavam faixas com dizeres como "O que o governo do Rio tem feito com os royalties recebidos até agora?".

Eles se sentaram no meio da avenida Rio Branco para impedir a passagem dos trios elétricos; foram retirados com truculência pelos seguranças, o que causou momentos de pancadaria.

Cálculo efetuado pelo Datafolha indica que a Cinelândia pode comportar até 149,8 mil pessoas. A Candelária e a Rio Branco, 392 mil pessoas.

No Espírito Santo, cerca de 5.000 pessoas, segundo a Polícia Militar, participaram de ato em Vitória contra a mudança na divisão das receitas do pré-sal.

(MARCO AURÉLIO CANÔNICO, DENISE MENCHEN E PEDRO SOARES)

Colaborou FELIPE LUCHETE, de São Paulo

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