São Paulo, sábado, 01 de janeiro de 2011

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Cabral cola em Lula e traça estratégia para ser vice em 2014

Governador atribui à parceria com o petista boa parte do sucesso de seu governo e avalia que só ele poderia bancar candidatura

PLÍNIO FRAGA
RODRIGO RÖTZSCH
DO RIO

Às vésperas de completar 48 anos, o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) inicia seu segundo mandato disposto a fixar a imagem de responsável por um "choque de gestão" no Estado do Rio.
A estratégia é para, no mínimo, ser candidato a vice na disputa presidencial de 2014.
Em seu cenário ideal, o cabeça de chapa seria Lula, já que sabe que somente ele poderia bancá-lo como candidato a vice frente às diversas correntes peemedebistas.
Na escolha do vice de Dilma Rousseff, por exemplo, o PMDB impôs o nome de Michel Temer à então candidata petista. Cabral avalia que dificilmente conseguiria que o partido viesse a aceitar indicá-lo como vice em 2014, a menos que Lula o exigisse.
O peemedebista credita boa parte do sucesso de sua gestão à parceria com Brasília, em contraste com o enfrentamento constante entre Lula e o casal Garotinho.
A proximidade de Lula com o ex-tucano se reflete em números. Entre 2003 e 2006, na gestão Rosinha Garotinho, o petista esteve no Rio em 37 oportunidades. Nos últimos quatro anos de governo Cabral, foram 67 visitas.
As transferências da União para o Estado do Rio saíram de R$ 4,5 bilhões em 2004 e atingiram um pico de R$ 9,7 bilhões em 2008.
Neste ano, o volume caiu para R$ 8,3 bilhões, cifra suficiente para manter o Rio como Estado mais beneficiado -São Paulo, em segundo, levou R$ 7,7 bilhões.

METAS
Em seu "choque de gestão", Cabral pretende criar indicadores de desempenho do setor público para aprimorar projetos estratégicos, como os que estabelecem metas na saúde e na educação, as mais criticadas em seu primeiro mandato.
Na segurança pública, as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e a retomada de territórios dominados pelo tráfico asseguraram amplo apoio social a Cabral. O governador agora dará prêmios em dinheiro para tentar reduzir as taxas de homicídio, sobretudo o índice de mortos em confrontos com a polícia.
A taxa de homicídios estava em 40,7 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes em 2006. Deve fechar o ano perto de 30 por 100 mil, uma redução significativa, mas ainda quase 300% maior do que a de São Paulo (10,4).
Na educação e na saúde, Cabral deu ênfase à criação das UPAs (Unidades de Pronto-Atendimento), à distribuição de computadores portáteis a professores e à climatização de salas de aula.
Não houve, porém, melhoria percebida pela população nos hospitais ou no desempenho dos alunos nas avaliações federais.


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