São Paulo, domingo, 01 de maio de 2011

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FOCO

Colunista Delúbio prefere Lula, mas fala até sobre Dia do Índio

Marcelo Camargo/Folhapress
Delúbio Soares, em hotel em Brasília, um dia após ter sua refiliação aprovada pelo PT

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Condenado por improbidade administrativa em Goiás e réu no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, o agora novamente petista Delúbio Soares é "colunista" do jornal "Alô Brasília" e do "Diário da Manhã" de Goiânia, além de manter um blog.
Ex-tesoureiro do PT, depois banido, Delúbio escreve sobre um leque de temas: Dia do Índio, terremoto no Japão, viagem da presidente Dilma Rousseff à China, e "herança maldita" dos tucanos.
Sua verdadeira obsessão, porém, é o "estadista Luiz Inácio Lula da Silva", que vetou sua refiliação ao PT no ano passado para não atrapalhar a eleição de Dilma, mas que agora foi decisivo em sua volta.
Títulos de colunas: "Uma bomba sobre o Japão fez nascer o Japão da paz", "Dilma é Lula, Lula é Dilma" e "Campei", que ele traduz por "brinde de irmãos chineses".
Delúbio começou a escrever no "Alô Brasília" em março de 2010, quando a eleição presidencial esquentava. A dois dias do primeiro turno, clamava: "Os brasileiros de todos os rincões (...), com distanciamento crítico e sabedoria imensa (...), rechaçam os arautos da desgraça, os pregoeiros do retrocesso, os porta-vozes da mentira".
Com pequena circulação diária na capital, o "Alô Brasília" foi fundado em 2008 pelo empresário Hélio Queiroz da Silva, dono da Contact, empresa de previdência privada e líder do Instituto Brasileiro de Gestão Social.
A primeira sede foi na cidade-satélite de São Sebastião. Meses depois empresas e ONG estão na capital.
Queiroz diz que não paga pelas colunas: "Convidei Delúbio porque é uma figura polêmica, isso dá leitura. O que me interessa é que leiam meu jornal, entrem no site".
Quem entra se depara com pérolas como a de 13 de agosto de 2010, que soa como autodefesa: "Os que ousam, mesmo que sofram enfrentamentos e injustiças, são os que constroem e edificam para o porvir".
Sobre "o povo", é épico: "Há uma luta permanente para se libertar nosso povo dos poucos grilhões que ainda o prendem ao passado e ao atraso. É uma luta de vida contra a morte, do amor contra o ódio, da solidariedade contra a mesquinhez, do progresso contra o atraso".
Petistas acham que ele só assina os textos. Professor de matemática da rede pública de Goiás, dizem que seu forte não é o português.


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