São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

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Palocci é "diamante de R$ 20 mi", diz Garotinho

Deputado quer aprovação de projeto sobre o piso salarial para policiais

Ex-governador disse que não assinaria pedido de CPI contra ministro até ele prestar esclarecimentos


MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

O ex-governador do Rio de Janeiro e deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) usou ontem o escândalo envolvendo o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) para pressionar o governo a aprovar uma medida que cria um piso salarial para policiais.
Ele disse que, os deputados que defendem a proposta devem pedir a convocação do ministro para depor, se ela não for votada na Câmara. "O momento político é esse. Temos uma pedra preciosa, um diamante que custa R$ 20 milhões, que se chama Antonio Palocci", disse.
Segundo ele, o governo voltou atrás da distribuição de um kit gay (com material educativo contra homofobia) depois que a bancada evangélica pressionou. "Vamos ver agora quem é da bancada da polícia. Ou vota, ou o Palocci vem aqui."
O governo vem mobilizando todos os esforços para evitar uma exposição ainda maior do ministro, depois que a Folha revelou que aumentou seu patrimônio em 20 vezes por meio de sua consultoria, quando ainda era deputado federal.
Há diversos requerimentos da oposição em comissões da Câmara pedindo que Palocci vá ao Congresso para explicar como enriqueceu atuando como consultor.
DEM, PSDB e PPS prometem fazer uma ofensiva nesta quarta para tentar aprovar algum requerimento.
Questionado se assinaria então algum pedido de CPI para investigar Palocci, ele disse que prefere dar um voto de confiança ao ministro até que a Procuradoria-Geral da República diga se as informações que devem ser prestadas pelo ministro são suficientes.
"Não fiz uma ameaça, fiz uma proposta, que teve uma grande receptividade da plateia. Já os deputados mais ligados ao PT ficaram constrangidos e saíram. Agora eu acho que o Palocci deve explicações à sociedade brasileira", afirmou.
A afirmação de Garotinho foi dada durante audiência na Comissão de Segurança Pública, na instalação da Frente Parlamentar de Defesa da PEC 300. A proposta cria um piso salarial para os policiais e precisa ser votada em segundo turno na Câmara.
O deputado negou que tema qualquer tipo de retaliação do governo. "Não tenho preocupação nenhuma. A minha ideia é que se faça pressão ou a PEC não vai sair do papel. Temos que tomar uma atitude enérgica".


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