DE SÃO PAULO

Abstenção recorde, chuvas, uma virada de José Serra (PSDB) em Minas Gerais e o espólio dos votos de Marina Silva (PV) no primeiro turno foram vistos como fatores decisivos pelas campanhas. O resultado das urnas indica que nenhum deles influenciou diretamente a vitória de Dilma Rousseff (PT).
Segundo dados do TSE, o índice de abstenção neste ano, cuja eleição caiu no meio do feriado prolongado, foi de 21,4%, seguindo o padrão registrado nas eleições anteriores -19% em 2006 e 20,5% em 2002.
Caso a abstenção deste ano seguisse a média verificada nas eleições de 2002 e 2006, mais 2,46 milhões de eleitores teriam ido às urnas. Se todos eles votassem em Serra, o tucano passaria a ter 45,30% dos votos válidos, ou seja, ainda seria derrotado com folga por Dilma.
Às vésperas do segundo turno, as campanhas martelaram nas inserções na TV pedidos para que os eleitores não deixassem de votar, reforçando a ideia.
Outra expectativa que não se concretizou foi uma virada de Serra em Minas Gerais, alavancada pela possível interferência de Aécio Neves (PSDB).
Dilma saltou de 46,9% dos votos válidos, no primeiro turno, para 58,5%. Serra passou de 30,8% para 41,5%. Minas é o segundo maior colégio eleitoral do país -10,7%.
O raio-X do voto mineiro mostra que o tucano conseguiu uma discreta vantagem em Belo Horizonte: 50,39%, ante 49,61%. Dilma ganhou com folgada maioria em cidades como Uberlândia (67% a 33%), Uberaba (60% a 40%) e Juiz de Fora (69% a 31%).
Pleiteados pelas duas campanhas, os 19,6 milhões votos (19,3%) de Marina foram pulverizados.
Conforme a última pesquisa Datafolha, feita na véspera da eleição, os eleitores da candidata verde seguiriam a tendência: 47% optariam por Serra, e 35% por Dilma.
Segundo balanço do TSE, as chuvas não atrapalharam de forma significativa a votação. Houve ocorrência de falta de energia no MA e no RS.


Texto Anterior: Institutos acertam resultados no 2º turno
Próximo Texto: Ofício de Erenice ajuda empresa ligada ao marido
Índice | Comunicar Erros